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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

EX-ÁRBITRO DJALMA BELTRAMI QUE É TEN. CORONEL É PRESO NO RIO DE JANEIRO


O Tenente-Coronel Djalma Beltrami, atual comandante do 7º BPM (São Gonçalo), foi preso na manhã desta segunda-feira, durante uma operação da Polícia Civil para cumprir mandados de prisão contra policiais militares e traficantes. Ele é um dos alvos da Operação Dezembro Negro, deflagrada nesta madrugada pela Delegacia de Homicídios de Niterói, com o apoio de outras unidades especializadas e da Corregedoria Geral Unificada (CGU). Segundo o delegado Alan Luxardo, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, são 11 mandados de prisão contra traficantes e 13 contra policiais militares.

O Ministério Público começou a investigar o tráfico de drogas na Região dos Lagos há sete meses, e descobriu que a droga que abastecia a região saía das favelas Parque União, Nova Holanda e Manguinhos, no Rio; ia para São Gonçalo, no Morro da Coruja, e de lá era enviada para São Pedro da Aldeia, que funcionaria como uma porta de entrada. Também foi detectado que policiais militares do batalhão de São Gonçalo estariam recebendo propinas semanais para deixar o tráfico de drogas funcionar livremente. Em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, foram flagradas conversas de PMs do 7º batalhão com traficantes. Em uma delas, um policial pedia R$ 10 mil para o "zero um", que é como é chamado o comandante do batalhão, e R$ 5 mil para cada um do Grupo de Apoio Tático (GAT) por semana.

O tenente-coronel Djalma Beltrami assumiu o batalhão há três meses, depois das denúncias da participação do então comandante do 7º BPM (São Gonçalo), o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira na morte da juíza Patrícia Acioli, executada com 21 tiros, próximo à sua residência, em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói.

Desde o início da manhã, os agentes também estão no Morro da Coruja. Na chegada dos policiais à comunidade, houve troca de tiros, e um bandido morreu. Cerca de cem agentes participam da operação.

Beltrami chegou ao quartel às 8h25m, no banco do carona de um Gol prata. O tenente-coronel entrou na unidade, e logo em seguida um PM foi à porta do quartel para dizer que o oficial trocaria a farda. Às 9h05m, ele deixou o local acompanhado do corregedor da PM, num carro da Corregedoria Geral Unificada (CGU), escoltado por outros quatro veículos daquela unidade. Ele estava à paisana e parecia bastante agitado, gesticulando muito. Pouco antes de entrar no veículo, abaixou a cabeça, parecendo inconformado com a prisão. O tenente-coronel foi levado para a DH de Niterói, onde está prestando depoimento.

Comandante também é árbitro de futebol

Como tenente-coronel do 14º BPM (Bangu), coordenou trocas na retomada do Complexo do Alemão, na Zona Norte, em novembro do ano passado.

Juiz de futebol, Beltrami se despediu dos gramados em maio deste ano, ao apitar a decisão do Troféu Carlos Alberto Torres entre Madureira e Boavista. Ele pertencia aos quadros da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) desde 1989 e da CBF desde 1995. Na ocasião, o árbitro recebeu uma placa da Ferj em agradecimento aos serviços prestados ao futebol.

Um dos jogos mais marcantes de sua carreira no futebol foi o duelo entre Náutico e Grêmio, em Recife, uma das decisões da Série B do Campeonato Brasileiro de 2005. Conhecida como "A Batalha dos Aflitos", a partida terminou com quatro jogadores gremistas e um do Náutico expulsos. Belatrami anotou dois pênaltis a favor do time pernambucano, que ainda assim conseguiu perder por 1 a 0.

domingo, 2 de outubro de 2011

Cabo preso diz ter recebido o apoio de coronel

RIO - O coronel Claudio Luiz Silva de Oliveira não apostava numa punição para os policiais do Grupo de Ações Táticas (GAT) do 7 BPM (São Gonçalo) pelo assassinado da juíza Patrícia Acioli. O cabo Sérgio Costa Júnior, o primeiro a aderir à delação premiada, confirmou que o coronel esteve na prisão militar antes dele mesmo ser preso, garantindo que "tudo ia passar".

- Ele fez uma reunião com todos, deu uma palavra de conforto. Disse que tudo ia passar. E depois só ficou o tenente (Daniel Benitez) conversando com ele, não sei dizer por quanto tempo - afirmou o cabo, em entrevista ao Fantástico , da TV Globo.

Sérgio e Benitez foram os autores dos 21 disparos que mataram a juíza, dentro do condomínio onde ela morava, no dia 11 de agosto. O cabo afirmou, na entrevista, que atirou com duas pistolas, de calibres 40 e 45. O tenente seria o autor dos tiros de revólver 38. Sérgio disse estar arrependido e temer pela vida da família:

- Saiu nos jornais que por causa do meu depoimento o coronel foi preso. Na verdade, não falei no nome do coronel. Quem falou no coronel foi o tenente Benitez - disse.

Apreensões eram chamadas de espólio de guerra

O cabo revelou ainda que a ideia de assassinar a juíza partiu do tenente Benitez, que conversou com a equipe do GAT entre abril e maio. Patrícia Acioli incomodava aos PMs porque colocava em risco o faturamento do batalhão. Os policiais lotados na unidade de São Gonçalo partilhavam armas, drogas e dinheiro apreendidos com bandidos, itens que eram chamados de espólio de guerra.

- Uma vez, o tenente reservou uma parte do espólio para o coronel. Se entregou, não posso dizer - afirmou o cabo Sérgio.

Outro cabo que aceitou participar da delação premiada $que o batalhão arrecadava entre R$ 10 mil e R$ 12 mil por semana. O que passasse desse valor, iria para o coronel, de acordo com o relato da testemunha.

Câmeras de segurança do condomínio onde a juíza morava, em Piratininga, Niterói, revelaram que Sérgio e Benitez estiveram no local do crime aproximadamente sete horas antes do assassinato. Primeiro, chegou o tenente, a pé, seguido posteriormente por Sérgio, numa moto.

Imagens mostraram ainda que ambos aguardavam a saída da juíza do fórum, no dia do crime. Como a moto em que estavam demorou a pegar, um carro começou a seguir o automóvel da juíza. Assim que os dois policiais a alcançam, o veículo, em que estava o policial Jovanir Falcão Júnior, vai embora.

De acordo com o cabo Sérgio, o estudo do local foi bastante detalhado porque a juíza, mesmo sem saber do risco que corria, já havia escapado de outras duas emboscadas na mesma semana. Na primeira, Patrícia Acioli desmarcou uma reconstituição de crime que iria fazer e, em outro dia, saiu mais cedo do que o habitual do trabalho, impedindo que os policiais realizassem seus planos.

No dia seguinte ao assassinato, quatro policiais foram presos por outro crime, com condenação da própria juíza. Após as primeiras investigações, todos os policiais do GAT do 7 BPM foram presos e a Justiça autorizou que as ligações feitas por eles de dentro da unidade prisional fossem grampeadas.

Nas gravações, o tenente Benitez pede a um interlocutor que encha uma bolsa de viagem com seis, oito caixas de cerveja e duas garrafas de vodca. Em conversa com a mãe, o tenente afirmou que fugir do local seria fácil "a coisa mais fácil de fazer do mundo" e que ele poderia ter umas feriaszinhas em breve. Por telefone, Benitez foi informado também sobre a visita do 01, como é chamado o coronel Claudio.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Mario Sergio, ex-comandante de PM: ‘sempre há possibilidade de erro’


Ex-comandante-geral da PM, Mario Sergio Duarte, e o tenente-coronel Claudio Luis Oliveira, preso suspeito de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli Foto: Lucas Figueiredo- O São Gonçalo

O ex-comandante-geral da PM, coronel Mario Sergio Duarte, afirmou, nesta manhã, que seu pedido de exoneração, feito ontem à Secretaria de Segurança, nada mais foi do que o cumprimento de seu dever moral.

- Nao há nenhuma outra alternativa do que assumir a minha responsabilidade pela escolha do comandante. Esse é um ato moral que me cabe, o papel do funcionário público. Essa é minha forma de dizer que minha proposta de ter uma PM com respeito ao cidadão deve envolver todos os escalões: o soldado que está na ponta e também nos altos escalões, como a minha pessoa. Por isso, solicitei minha exoneração. Não gostaria de fazer isso, neste momento, que estou acamado e não posso vir a público, mas é meu dever moral - afirmou o coronel à Bandnews FM.

Mario Sergio Duarte, que se recupera de uma cirugia na próstata, entregou seu pedido de exoneração ontem, dois dias depois da prisão do tenente-coronel Claudio Luis Oliveira, ex-comandante do 7º BPM (São Gonçalo), suspeito de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli. Sobre a escolha de nomear o tenente-coronel Cláudio - que responde a 12 processos administrativos - para o comando do 22º BPM (Maré), Mario Sergio Duarte disse que sempre há risco de erros neste tipo de escolha.

- Por mais que tenhamos precaução na hora da escolha, nós pesamos todas as informações, mas sempre vai haver uma possibilidade de erro na nossa escolha mesmo de policiais com a ficha completamente limpa. O coronel Claudio foi o terceiro comandante do Batalhão de São Gonçalo na minha gestão e ele vinha obtendo redução dos índices de criminalidade. Mas, o processo de escolha de comandantes é extremamente penoso. O que não pode depois é dizer: eu não sei, eu não vi, eu fui traído. A responsabilidade é minha - disse.

Sobre seu substituto, Mario Sergio não deu detalhes, mas desejou sorte:
- Não sei quem será o novo comandante, mas desejo o melhor.

Coronel Mário Sérgio escreve carta com pedido de exoneração

RIO - Logo após o pedido de exoneração do cargo de comandante-geral da Polícia Militar, o coronel Mário Sérgio Duarte enviou carta com o pedido. O militar está hospitalizado e enviou a mensagem por meio de celular.

Leia o texto na íntegra:

"Exmo Sr Secretário de Estado de Segurança José Mariano Benincá Beltrame
Dirijo-me à V. Exa para solicitar exoneração do cargo de Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

O motivo de fazê-lo se fundamenta na necessidade de não deixar nenhum espaço para dúvidas quanto a minha responsabilidade no processo de escolha dos Comandantes, Chefes e Diretores da Corporação, preservando, de quaisquer acusações injustas, as pessoas que me confiaram a nobre missão que assumi comprometido com a honra, e agora deixo, norteando tal decisão neste mesmo imperativo de valor.

Sobre o caso particular que me impõe esta decisão, o indiciamento do Tenente Coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira no homicídio da Juíza Patrícia Acyoli, e sua conseqüente prisão temporária, devo esclarecer à população do Estado do Rio de Janeiro que a escolha do seu nome, como o de cada um que comanda Unidades da PM, não pode ser atribuída a nenhuma pessoa a não ser a mim.

O Rio de Janeiro, senhor Secretário, está em franco processo de recuperação de sua imagem como lugar de tranqüilidade pública e paz social não por acaso, mas, seguramente pela aplicação de um conjunto de ações norteadas pela clareza das idéias.

O Estado, sua população, cada pessoa que por aqui transita em busca de paz e bem, devem continuar confiando nesta Política Pública que privilegia a vida, descontrói o ódio e reacende esperanças.

Ao tempo que vos agradeço pela confiança depositada e o apoio nos momentos mais difíceis, solicito-vos que encaminhe este pedido ao Exmo Sr Governador, a quem também explicito meus eternos agradecimentos pela oportunidade e a honra que me concedeu ao nomear-me Comandante de minha amada Instituição.

Deixo de fazê-lo pessoalmente por me encontrar hospitalizado, convalescendo de uma cirurgia."

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ex-comandante da PM suspeito de mandar matar juíza é preso


âmeras registraram os criminosos que perseguiram e mataram a juíza Patrícia Acioli

O tenente-coronel Claudio Luiz Oliveira já foi exonerado do comando do 22º BPM (Maré) e se encontra detido na carceragem do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro desde as primeiras horas da madrugada desta terça-feira. A informação é da assessoria de comunicação da PM.

Oliveira teve a prisão preventiva decretada pela 3ª Vara Criminal de São Gonçalo, acusado de ser o mandante do assassinato da juíza Patricia Acioli, no dia 11 de agosto, em Niterói (RJ). Outros cinco policiais, acusados de forjar um auto de resistência para acobertar a morte de Diego Belieni, 18 anos, também tiveram mandados expedidos pela Justiça.

A decretação da prisão do tenente-coronel ocorreu após a confissão de um dos cabos que executaram a juíza Patricia Acioli. Ele revelou que Cláudio Luiz de Oliveira foi o mandante do crime. O cabo, que estaria ameaçado de morte, obteve o direito à delação premiada (com provável redução de pena) e foi incluído no programa de proteção à testemunha. Ele disse que usou duas pistolas no crime, o que confirma a versão dada pela polícia de que a juíza morreu com 21 tiros de pistolas 40 e 45.
Três policiais militares suspeitos de matar a juíza já estão presos em várias unidades. As prisões dos três PMs foram decretadas por Patrícia horas antes de ser executada.
Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

sábado, 24 de setembro de 2011

UPPs não conseguem pôr fim ao ágio no botijão de gás


Venda de gás no Pavãozinho, uma das 16 favelas com ágio Foto: Guilherme Amado
Guilherme Amado e Marcelo Gomes

Quase três anos após a implantação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o programa ainda não conseguiu fazer com que moradores de favelas pacificadas paguem o mesmo preço cobrado no asfalto por botijões de gás. Herdado da época em que esse e outros serviços eram controlados por traficantes e milicianos, o ágio no bujão continua vigorando em 16 das 17 comunidades pacificadas visitadas na semana passada pelo EXTRA. A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) investiga denúncias envolvendo a cobrança de ágio no gás nessas favelas do Rio.

O maior preço encontrado foi no Morro do Fallet, no Rio Comprido. Três bares visitados pelo EXTRA cobravam R$ 45 pelo botijão de 13 kg. O valor é 23,35% mais alto que o preço médio na cidade do Rio (R$ 36,48), de acordo com a pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em distribuidores em todo o Brasil.

— O preço a mais é o que ganhamos para levar o bujão até o alto do morro, que é bastante íngreme — alegou um comerciante.

A segunda posição no "ranking" é dos morros do Borel, na Tijuca, e da Providência, no Centro. Lá, o depósito Diamante Azul, distribuidor da Ultragaz localizado atrás do Terminal Américo Fontenelle, cobra R$ 44 pelo botijão de 13kg, segundo os moradores. Ou seja, 20,61% mais caro que o preço médio no Rio. O EXTRA esteve no depósito, mas o dono não foi encontrado.

— Esse é o único depósito que eu conheço por aqui. E também eles entregam o botijão em qualquer lugar do morro — disse uma moradora.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Gás Legal será discutido na Trindade, em São Gonçalo


A Coordenadoria do Comitê Nacional de Erradicação do Comércio Irregular de GLP, vinculada à Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, realiza no bairro Trindade, em São Gonçalo, palestras e debates sobre o Programa Gás Legal, com foco no consumidor. As atividades serão realizadas dia 23, sábado, a partir das 14 horas, no CIEP 403, Sérgio Cardoso, na Rua Júlio Verne, Trindade, São Gonçalo.

As palestras serão abertas pela Secretária Executiva Regional Sudeste II (RJ), Ilsa Pires Rohem, e contará com a participação do Superintendente da ANP, Oiama Guerra; do presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública, Carlos Alberto de Paula; e de representantes do Corpo de Bombeiros do município, Major Gabriel e Sargento Moreira.

Participam ainda representante do Instituto Brasileiro de Responsabilidade Social, Vanice Alves ; do Sindicato Nacional das Empresa Distribuidoras Gás (Sindigás), Jorge Medeiros; e da líder comunitária do bairro, Neiva Gonçalves Meireles.

O “O Programa Gás Legal” visa combater o comércio irregular de GLP, restituindo à sociedade a segurança no armazenamento e aquisição de GLP e garantindo aos consumidores regulares o pleno exercício de suas atividades e, consequentemente, o atendimento digno aos consumidores, além de proporcionar orientações para correta operação de suas instalações, evitando infrações e penalizações.

No encerramento, será feito o sorteio de uma geladeira.

domingo, 5 de junho de 2011

Bombeiros presos no Rio serão autuados em 4 artigos


Presos serão encaminhados para as unidades militares do Corpo de Bombeiros

Os bombeiros presos após manifestação no centro do Rio de Janeiro serão autuados em quatro artigos do Código Penal Militar. Segundo informações da Polícia Militar (PM), os artigos são: motim, dano em viatura, dano às instalações e por dificultar e impedir saída de viaturas ou veículos para socorro e salvamento.

A prisão ocorreu após invasão, pelos manifestantes, do Quartel Central dos Bombeiros, na Praça da República. De acordo com a instituição, os presos serão encaminhados para as unidades militares do Corpo de Bombeiros. A PM informou ainda que os bombeiros, enquanto aguardavam transferência para as unidades, receberam alimentação nas instalações da Corregedoria da PM, em São Gonçalo, na região metropolitana, para onde foram encaminhados após serem presos.

A PM informou ainda que os bombeiros estão prestando depoimento desde o início da noite de hoje( ONTEM), e receberam assistência jurídica oferecida pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública e pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

No início da tarde, a Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) informou congestionamento de trânsito na avenida Cesário de Melo, em Campo Grande, zona oeste do Rio, devido a uma manifestação de bombeiros que fechou o viaduto Alim Pedro, no centro de Campo Grande, para reivindicar melhores condições salariais e de trabalho.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Policiais civis acusados de extorsão , são da 36ª ( Santa Cruz)

Os policiais civis Walquir Correa da Rocha e Macsuel Rodrigues Alves, ambos lotados na 36ª DP (Santa Cruz), foram presos ontem, junto dos advogados José Willian Ferreira da Silva e Ivan Vieira de Carvalho. Os quatro são "acusados de achacar um protético (profissional que confecciona próteses dentárias) suspeito de exercer ilegalmente a profissão de dentista. A vítima chegou a entregar um aparelho de TV LCD e uma moto como parte do pagamento de R$ 100 mil exigido pela quadrilha.

Walquir, Macsuel e outro homem, não identificado, foram ao consultório onde o protético trabalha, em Campo Grande, no dia 7 de abril. Inicialmente, a dupla pediu R$ 150 mil para não prendê-lo em flagrante por exercício ilegal da profissão. A vítima foi obrigada a tirar um extrato bancário para provar que não tinha o dinheiro. Em seguida, eles o levaram para a 36ª DP e, com o argumento de que iriam indicar alguém para defendê-lo, ligaram para os advogados. José Willian e Ivan foram à delegacia e prometeram à vítima que tentariam renegociar o valor com os policiais.

Acertada a quantia, os advogados fizeram um contrato de prestação de serviços, no qual o protético se comprometia a pagar R$ 100 mil. O documento dificultaria a comprovação da extorsão. Como não possuía o dinheiro, a vítima entregou como adiantamento a TV e a motocicleta. Uma semana depois, ela procurou a Corregedoria da Polícia Civil, que, com o apoio do Ministério Público estadual, prendeu os quatro.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Governo vai liberar R$ 36 milhões para ações pedagógicas e sociais


Durante palestra ontem (28/04) no Conselho Comunitário de Segurança Pública de São Gonçalo, o Dr. Carlos Nicodemos, membro do Conselho Nacional da Criança e Adolescente (CONANDA) e coordenador do Projeto Legal do Ministério dos Direitos Humanos, informou que o Conselho Nacional já aprovou a liberação de R$ 36 milhões para o financiamento de projetos destinados a ações preventivas pedagógicas e sociais com vistas a reduzir os casos de violência, inclusive o bullying, nas escolas públicas e privadas.

Nicodemos comentou proposta de parlamentares paulistas, visando à aprovação pela Câmara dos Deputados, em Brasília, de medidas mais coercitivas, como aumento de penas legais, para quem pratica o bullying. Segundo ele, isso não vai resolver o problema, pode até amenizar, mas o que resolve é colocar em prática as recomendações do Estatuto da Criança e Adolescente, com investimentos públicos em segurança, em educação e saúde.

Mas, na opinião de Nicodemos, essas iniciativas só não bastam se não houver a participação da sociedade organizada de maneira a permitir uma mudança de comportamento e modelos relacionados ao enfrentamento das questões que envolvem as crianças e os adolescentes. “Tem que haver uma proteção integral da criança”, acentuou.

A palestra de Carlos Nicodemos foi mediada pelo presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública de São Gonçalo, José Antônio Borges, e contou com a participação do vice-prefeito Jorge Aranha, de São Gonçalo; delegado Juarez Alberto Kanauer, coordenador Regional de Polícia do Interior; do comandante do 7º PBM, ten.cel. Cláudio Luiz; presidente do Rotary Club de São Gonçalo, prof. Altivo Aleixo da Silva; presidente da Associação Comercial e Empresarial de SG, Paulo Fontes; e delegados Júlio César Mulatinho Neto (75º DP), Emanuel Abud (72º DP) e Martha Domingues, da Delegacia da Mulher.

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança, José Antônio Borges, fez um desafio e uma convocação para que todos os participantes habituais das reuniões, nas quais estejam presentes autoridades municipais e estaduais, não deixem de provocá-las, concitá-las a informar as iniciativas que estão sendo adotadas para solucionar os cruciantes problemas das comunidades.

Segundo ele, uma oportunidade dessa não pode ser abandonada, pois nem sempre autoridades e sociedade estão sempre reunidas para discutir problemas que são comuns.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Empresários do segmento de GLP apóiam reunião do Conselho Comunitário de Segurança Pública


Acontecerá no 28 de abril 10:00h , na Associação Comercial e Empresarial de São Gonçalo ( ACESC) Rua Feliciano Sodré,82, 1º Andar - Centro de SG , a reunião mensal do Conselho Comunitário de Segurança Pública de São Gonçalo.

Os empresários do município, incluindo o segmento de revenda de GLP (gás de cozinha), estão apoiando e mandaram colocar outdoor na cidade , como forma de divulgar a reunião e acentuar a importância do evento

A visão que a sociedade tem de segurança pública vem ultrapassando os limites de atuação das instituições policiais, sendo comum, em reuniões de CCS, demandas por melhoria de saneamento básico, da ocupação ordenada do espaço público, do cumprimento das posturas municipais, da prestação de serviços públicos de boa qualidade na saúde, na educação, na cultura, no esporte e no lazer da população, dentre outros temas.

Os CCS atuam numa determinada Área Integrada de Segurança Pública (AISP), têm as atribuições elencadas na Resolução SSP 781/2005, alterada pela Resolução SESEG 78/2007, e estão próximos dos Comandantes de Batalhões e dos Delegados Titulares, tanto nos Cafés Comunitários como nas reuniões mensais

Nesse contexto, os Conselhos Comunitários de Segurança identificam e analisam os problemas locais, propõem soluções e avaliam as respostas e/ou as soluções dos problemas demandados. A participação nas questões da segurança pública tem caráter consultivo e por isso, as observações, críticas, sugestões e propostas são consideradas pelos representantes das polícias não como obrigação de fazer, mas como uma contribuição relevante sobre os anseios da sociedade com relação a determinados assuntos, que podem ajudá-los, por exemplo, na tomada de uma decisão estratégica.

O trabalho desenvolvido pelos Conselhos Comunitários de Segurança pode ser percebido e reconhecido através da adesão crescente, de novos membros efetivos: representações de associações de bairro, de clubes de serviço, de sindicatos, do comércio, da indústria, de bancos, de estabelecimentos de ensino, dentre outras entidades públicas e privadas, além dos cidadãos que residem, trabalham ou estudam na localidade.

Ressalte-se, por fim que compete ao Instituto de Segurança Pública, além de outras atribuições, a implementação e o acompanhamento das atividades dos Conselhos Comunitários de Segurança, a promoção de capacitação aos novos integrantes de CCS, o fomento de maior integração entre os CCS e as Polícias Civil e Militar.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Operação Blecaute desvenda estrutura de milícia


A milícia que teve três suspeitos presos na manhã desta quarta-feira (13), entre eles o vereador do município do Rio de Janeiro Luiz André Ferreira da Silva, o Deco (PR), durante a operação Blecaute da Polícia Civil e do Ministério Público, cobrava taxas de segurança de até R$ 100 de moradores de 13 comunidades do Rio de Janeiro.

De acordo com as investigações da Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado), taxas desse valor eram cobradas de comerciantes. Já os moradores, além da segurança privada imposta pelos milicianos, pagavam também R$ 10 pelo fornecimento de água, R$ 30 pela TV por assinatura clandestina e sinal de internet e até 20% do valor de cada imóvel negociado nas comunidades dominadas pelo grupo.

Como toda milícia, o grupo também cobrava taxas pelo transporte alternativo, diz a polícia. De acordo com o Ministério Público, cada moto-taxista era obrigado a pagar R$ 30 a cada 15 dias. Também eram exploradas a venda de gás e o funcionamento de máquinas caça-níqueis.

Tiros e facões

A polícia aguarda, no entanto, a análise dos documentos apreendidos para saber quanto o grupo faturava por mês. Na casa de um dos cinco suspeitos que continuam foragidos, os agentes encontraram um cofre e R$ 60.918. Outros seis milicianos denunciados por homicídio, que fazem parte de outra milícia, também não foram encontrados e são considerados foragidos.

De acordo com a denúncia do MP, “a quadrilha tornou rotineira a eliminação daqueles que não se submetem às regras impostas, usuários de drogas, testemunhas de seus delitos e delinquentes rivais”. A denúncia informa ainda que a milícia tinha uma “lista negra”, na qual listava mensalmente os nomes de quem deveria morrer. A polícia não soube informar, no entanto, quantas pessoas foram mortas pelo grupo.

O delegado Alexandre Capote, da Draco, disse que a milícia usava de método cruel para eliminar seus desafetos. A forma mais comum, segundo o policial, era amarrar as mãos das vítimas, que também eram amordaçadas, esfaqueadas e, depois, mortas a tiros. Os corpos também seriam escondidos.

Na casa de Deco, com sistema de câmeras de segurança e cerca elétrica, no Pechincha, em Jacarepaguá, foram encontrados dois facões. Cordas também foram apreendidas durante a operação. A polícia diz acreditar que o material seja usado em crimes.

Ainda segundo a polícia, as ações da quadrilha eram coordenadas por duas associações de moradores: a do conjunto Ipase, na Praça Seca, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, e da favela da Chacrinha. O presidente da associação do Ipase, conhecido como Bequinho, é um dos presos. Ele é apontado como chefe da segurança da milícia.

Já a presidente da Associação de Moradores da Chacrinha, que também teve a prisão decretada pela Justiça, está entre as cinco pessoas foragidas. Ela é a única mulher denunciada pelo MP. A polícia investiga também se o vereador Deco usava seu gabinete na Câmara dos Vereadores como uma espécie de escritório da milícia. Documentos foram apreendidos no local.

Um outro preso é conhecido como Arílson Cabeção e seria o armeiro do grupo, aquele responsável pela manutenção das armas. Apesar da denúncia por quadrilha armada, Deco também é suspeito de participação em homicídios e crimes eleitorais, como compra de votos e coação.

Na casa do vereador, também foram presos dois computadores, CDs e pen drives, arquivos portáteis de computador. Deco, que já foi paraquedista do Exército, nega as acusações e alega que sua prisão tem motivação política.
O grupo também é suspeito de ter planejado a morte da atual chefe de Polícia Civil, a delegada Martha Rocha, quando ela era titular da Delegacia de Campinho (28ª DP), do deputado estadual Marcelo Freixo, autor da CPI das Milícias, além de uma vereadora que não teve o nome revelado.

As favelas dominadas pelos milicianos ligados a Deco e outros seis suspeitos que tiveram a prisão decretada por homicídio dominam as comunidades Bateau Mouche, Mato Alto, Conjunto Ipase, Bela Vista, Divino, Barão, Campinho, Chacrinha, Caixa D’água, Covanca, Quintino, morro do Fubá e São José Operário, nas zonas oeste e norte do Rio.

Secretário de Segurança fez um primeiro balanço da ação policial da Operação Blecaute


Secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame da coletiva para falar do combate a milícia em Jacarepagua - Foto: Salvador Scofano

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, fez, na manhã desta quarta-feira (13/04), no auditório da Secretaria de Segurança, no centro do Rio, um primeiro balanço da Operação Blecaute, desencadeada horas antes para desarticular uma milícia liderada pelo vereador Luiz André Ferreira da Silva, conhecido por Deco ou Iluminado, na região de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Além do vereador, foram presos Arílson Barreto das Neves, vulgo Cabeção, presidente da Associação de Moradores local, e Edilberto Gomes Alves, apelidado por Bequinho, armeiro e chefe de segurança da milícia.

- O trabalho está sendo feito segmentado; começa pela liderança do grupo e fatalmente terá seus desdobramentos, com a composição dele mais à frente. Primeiro, este trabalho apenas começou. Segundo, é temerário fazer garantia de que as coisas não podem voltar a acontecer. Em segurança pública se planeja, atua, monitora e procura antecipar e este é o esforço que está sendo feito – ressaltou o secretário.

A operação foi montada a partir de denúncias feitas em 2009, por duas pessoas, cuja identidade e endereço são mantidos em absoluto sigilo, e executada hoje por 80 agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público estadual, com apoio da Corregedoria-Geral Unificada das Polícias e da Subsecretaria de Inteligência, da Secretaria de Segurança.

Apreensão de cofres, joias, documentos e R$ 60 mil

Cumprindo 14 mandados de prisão preventiva, os policiais prenderam Deco por volta das 6h, em sua casa, um triplex, na Pechincha, Jacarepaguá, e recolheram computadores, pen-drives, documentos e dois carros. No total, cumprindo 25 mandados de busca e apreensão, a operação recolheu farta documentação, cofre e joias, além de um outro cofre e mais de R$ 60 mil na casa do miliciano Hélio Albino Filho, o Lica, o segundo homem na hierarquia da organização criminosa, que está foragido. Mais cinco integrantes da milícia deverão ser presos numa segunda etapa da operação.

Dos 14 mandados de prisão, oito são para membros da quadrilha do vereador, denunciados pelo Ministério Público, em segunda instância. Os seis restantes são integrantes de outra milícia de Jacarepaguá. A denúncia dos milicianos liderados por Deco foi assinada pelo procurador geral de Justiça, Cláudio Lopes, e pelo subprocurador-geral de Justiça de Atribuição Originária Institucional e Judicial, promotor Antônio Campos Moreira. A secção criminal do Tribunal de Justiça determinou as prisões e a realização das buscas pelo MP em 14 endereços, inclusive no gabinete do parlamentar na Câmara Municipal de Vereadores.

O vereador é acusado de chefiar um grupo paramilitar que planejou matar a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, então titular da 28ª DP (Campinho), e o deputado estadual Marcelo Freixo, que presidiu a CPI das Milícias. Segundo o secretário, a motivação para a deflagração da operação não foi em função dessas acusações, mas com o objetivo de proteger toda a sociedade.

– A gente não escolhe o trabalho por causa de A, B, C ou D. Este trabalho já vinha sendo feito e, no caso das ameaças, isto já tem cerca de três anos. O trabalho foi montado à medida em que as provas foram chegando, não há uma prerrogativa de se fazê-lo em função disso. Existe uma linha e por ela é que se desenvolve o trabalho. É uma luta difícil. Começamos com um número pequeno de prisões, hoje já temos perto de mil presos e vamos avançar – afirmou Beltrame.

A milícia atuaria em pelo menos 13 comunidades de Jacarepaguá, há sete anos. Para se impor, a quadrilha recorria a meios cruéis como homicídios usando armas de fogo, facões e cordas para enforcamento. Além disso, praticava ocultação e mutilação de cadáveres, além de torturas, estupros, invasões de domicílios e outros crimes. O grupo também cobrava ‘taxa’ mensal dos moradores, acrescentando que aqueles que os desafiavam sofriam represálias e eram expulsos de suas residências. Os milicianos estariam ainda tomando posse de vários terrenos que pertencem à prefeitura e estão sendo loteados e vendidos.

Nas áreas controladas pelo bando, comerciantes eram obrigados a pagar taxas de segurança mensais de até R$ 100. Dos moradores, cobrava-se taxas por fornecimento de água (R$ 10), sinais clandestinos de TV a cabo (R$ 30), venda de imóveis (até 20% do valor negociado) e licença para mototaxistas (R$ 30 a cada 15 dias). As atividades ilícitas incluíam, com anuência da associação de moradores, a monopolização da venda de botijões de gás, com preços mais altos que os do mercado, e a exploração de máquinas de jogos de azar.

Outra milícia também está sendo desbaratada

Por ser da mesma base territorial e otimizar o contingente policial mobilizado, foi feito no mesmo dia o cumprimento da prisão preventiva de seis integrantes de outra suposta milícia, estabelecida na Estrada da Covanca, no Tanque, na mesma região. Eles foram denunciados pela Gaeco, em primeira instância, pela prática de crime de homicídio qualificado. Esta milícia promovia “tribunais” clandestinos para julgamento de desafetos.

Por serem denunciados em primeira instância, serão julgados pela 1ª Vara Criminal da capital, por envolvimento na morte de um homem, em 2007, com características típicas de extermínio. Cinco deles responderão por tentativa de homicídio contra outro homem, no mesmo dia.

Também participaram da entrevista coletiva o subprocurador-geral de Justiça de Atribuição Originária Institucional e Judicial, promotor Antônio Campos Moreira, o coordenador do Gaeco, promotor Claudio Varela, o subchefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, e o promotor Décio Alonso Gomes.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Os Conselhos Comunitários de Segurança são canais de comunicação entre a sociedade civil e as Polícias Civil e Militar



Os Conselhos Comunitários de Segurança são canais de comunicação entre a sociedade civil e as Polícias Civil e Militar do Estado do Rio de Janeiro, atuando como colaboradores voluntários, não remunerados e compromissados com a redução da violência, da criminalidade e com a paz social.

A visão que a sociedade tem de segurança pública vem ultrapassando os limites de atuação das instituições policiais, sendo comum, em reuniões de CCS, demandas por melhoria de saneamento básico, da ocupação ordenada do espaço público, do cumprimento das posturas municipais, da prestação de serviços públicos de boa qualidade na saúde, na educação, na cultura, no esporte e no lazer da população, dentre outros temas.


Próxima reunião no dia 31/03/2011 na ACESG ( Associação Comercial e Empresarial de São Gonçalo) –

Situada na - Rua Feliciano Sodré, 82, 1º andar, Centro - São Gonçalo- às 10:00h



Presidente ,

Jose Antonio Borges

segunda-feira, 7 de março de 2011


Nutrigás: empresa capixaba, neutralizada pelo cartel do gás de cozinha

Sem qualquer razão objetiva que possa justificar o fato, como aumentos de preços de derivados de petróleo, por exemplo, o GLP – Gás Liquefeito de Petróleo, o popular gás de cozinha, subiu mais de 30% no Espírito Santo nos últimos 30 dias, saindo de R$ 29,00 para R$ 38,00. Neste sábado de Carnaval, este era o preço anunciado pelo caminhão da Supergasbrás circulando no município de Vila Velha, na Grande Vitória.
O fato comprova a tese defendida pelo presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP, Alexandre Borjailli, que veio ao Estado no final do ano passado numa tentativa de convencer a diretoria da Nutrigás, empresa sediada em Barra de São Francisco (ES), a não sair do mercado.

“O Espírito Santo tinha o GLP com um dos menores preços do Brasil por causa da presença da Nutrigás, que estimulava a concorrência e evitava a plena cartelização do setor, como ocorre no restante do Brasil”, disse Borjailli. Com o virtual arrendamento da base da Nutrigás para uma das cinco gigantes do GLP no Brasil, as empresas ficaram à vontade para aumentar seus preços, encarecendo o custo de vida no Estado.

Em sua passagem pelo Estado, Borjailli tentou, sem sucesso, falar com o então governador eleito Renato Casagrande para que defendesse uma indústria capixaba. Detalhe: um dos financiadores da campanha do governador foi uma das empresas gigantes do setor, que doou, oficialmente, R$ 200 mil para a campanha.
Desde o início do governo de Paulo Hartung a Nutrigás vinha enfrentando dificuldades para funcionar. Uma das dificuldades foi a tentativa de mudança de regras tributárias, os incentivos que a empresa recebeu para que se instalasse na região Noroeste do Estado, há cerca de 20 anos, quando não havia quase nenhuma indústria ao Norte do rio Doce. Depois, vieram dificuldades com a Petrobras, com a ANP, em ações, segundo a Associação dos Revendedores, estimuladas pelo cartel do gás de cozinha, alvo de ações da Polícia Federal, não levadas adiante.

ATAQUE A PROJETO DE LEI

Enquanto isso, Borjailli continua sua luta quixotesca em Minas Gerais, onde o preço do GLP chega a quase 50 reais a botija. Borjailli atacou o Projeto de Lei 4.236/2010, apresentado em Minas Gerais, “com o intuito de coibir a entrada de uma Companhia Distribuidora do Estado do Espírito Santo em Minas Gerais, isto porque esta Companhia capixaba atuava com um preço competitivo, contrariando o sistema atual dos preços praticados no Estado de MG”.

“Apresentar um Projeto de Lei é uma ato sério, existem conseqüências e quando tratamos de um produto que é a base para alimentação do povo brasileiro, ai sim, todo cuidado é pouco. Um dos três sindicatos de Minas Gerais apóia esse projeto cartelizador”, disse Alexandre.

O dirigente dos revendedores divulgou nota pela sua Associação na qual, dentre outras coisas, diz “Uma ação deste porte envergonha a nós, mineiros – proibir ou coibir a entrada de uma Companhia Distribuidora por esta ser mais competitiva? Isto vindo de quem alega defender o Direito do Consumidor nos leva a qual conclusão? Em nenhum momento este Projeto sequer menciona a data de validade dos botijões, exigência básica no Código de Defesa do Consumidor, que não é respeitado por nenhuma Companhia atuante neste Estado. Alegar que envasar botijões de outras marcas é crime? Sob que fundamentação? Se quem regula o setor, a Agência Nacional do Petróleo permite a atuação desta companhia, o porque da ALMG questionar tal ato sem pelo menos uma audiência pública, e ainda questionamos, uma legislação Estadual pode ir contraria a normas e regras federais.

Temos muito respeito por nossos amigos e parceiros Deputados de Minas Gerais, mas há limites, transportadoras circulam em nosso Estado sem autorização da ANP, cometendo Crime Contra Ordem Econômica, promovendo acidentes, e se agrava quando muitas estão com restrição em seu CNPJ quanto ao transporte de cargas perigosas, as
elevações de preços do gás de cozinha foram abusivas e em nenhum momento questionamos botijões vencidos, botijões sem a data de validade, exigência básica do Código de Defesa do Consumidor estão sendo ignorados, circulando livremente enquanto tragédias com incêndios estão sendo noticiados na mídia.

Lamentamos pela solicitação de pedido de desarquivamento deste projeto, em 02/03/2011, “Minas Gerais poderia com certeza contribuir mais para melhorias num segmento da importância que é o gás de cozinha cujos conflitos e problemas impactam diretamente com toda a população”.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

PF entrega relatório com indiciamento de Allan Turnowski e Márcia Becker

RIO - O relatório do inquérito que levou aos indiciamentos do delegado Allan Turnowski, ex-chefe de Polícia do Rio, e da delegada Márcia Becker, ex-titular da 22ª DP (Penha) , foi enviado na tarde desta sexta-feira à Justiça pelo delegado Allan Dias Simões Maia, responsável pela deflagração da Operação Guilhotina , que levou a prisão de 39 pessoas, sendo 30 policiais civis e militares. No relatório, Allan Turnowski é acusado de vazamento da operação: "em razão de ter divulgado para Christiano Gaspar Fernandes, inspetor da Polícia Civil, o fato de existir operação da Polícia Federal, visando reprimir crimes praticados por policiais estaduais do Rio de Janeiro, após ter obtido tal informação da Secretaria de Segurança do Rio". ( Conheça os principais personagens envolvidos na crise da Polícia Civil do Rio )

Ainda segundo o relatório, ao qual o GLOBO teve acesso na Justiça, informação de inteligência "estabelece que Allan Turnowski manteve intenso contato telefônico com Christiano". Num dos trechos do documento, o ex-comandante da Polícia Civil conversa com o inspetor e chega a dizer "negô tá queimando vocês",´"é o pessoal da corregedoria".

Para o delegado da Polícia Federal, "é absurdo quando Allan Turnowski diz que na frase "não deixa brecha não, que vocês são alvo legal", a expressão "alvo legal" significa que os policiais civis da 22ª DP, inclusive Christiano Gaspar, são alvos da corregedoria". Turnowski, em pouco menos de 30 minutos, no dia 27 de novembro de 2010, ligou cinco vezes para o inspetor .

No caso do indiciamento da delegada Márcia Becker, o relatório afirma que ela manteve contato telefônico com Christiano no dia da Operação Guilhotina, no momento em que policiais federais tentavam prendê-lo. No contato gravado pela PF, a delegada ao invés de determinar a apresentação do inspetor, concorda com a ideia do policial de dizer que ele estaria de férias, para permitir sua fuga. Márcia Becker foi indiciada por prevaricação.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Reunião mensal do Conselho Comunitário de Segurança Publidca/SG




Temos o prazer de convidar Vsa para participar da reunião mensal do Conselho Comunitário de Segurança Pública de São Gonçalo ( AISP7) que será realizada , na ACESG ( Associação Comercial e Empresarial de São Gonçalo), Situada à Rua Feliciano Sodré, 82, 1º andar, Centro - São Gonçalo.

Em/24/02/2011 ás 10:00h

Sua Presença é fundamental , Desde já agradecemos a sua participação


Jose Antonio Borges
Presidente

Operação Guilhotina: milícia de Ramos usou empresas fantasmas




A Delegacia de Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas da Polícia Federal (Delearm-PF), que comandou a investigação da Operação Guilhotina, descobriu que a milícia atuante na Favela Roquete Pinto e nos arredores da Praia de Ramos usava três empresas fantasmas para controlar serviços básicos, nas comunidades. O grupo, formado por 20 pessoas — sendo seis policiais militares e seis policiais civis, usava as inscrições das empresas no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para fazer compras de produtos no atacado e dominar o fornecimento de água, gás e quentinhas. A quadrilha também explorava, ilegalmente, o transporte alternativo, tv por assinatura (gatonet) e o estacionamento do Piscinão.

O registro das empresas — Distribuidora de Água Dois Irmãos Ltda, PA Comércio de Cestas Básicas Ltda e Torre do Piscinão Bar e Lanchonete Ltda — levam ao mesmo ponto: Rua Gérson Ferreira, bairro de Ramos. No lugar das sedes, os números 28, 30 e 32 — que, na verdade, estão no mesmo edifício — guardam apenas uma garagem vazia. Os donos dessas empresas, não por coincidência, são três indiciados na Operação Guilhotina: Márcio Carlos Gomes da Silva, Lenílson Roque Gonçalves e Paulo Roberto da Silva Sousa, respectivamente.

— Eles criaram um esquema de controle. Na investigação, filmamos e fotografamos toda a movimentação e comprovamos o clima de intimidação que eles instalaram nesses locais. No Piscinão, um homem de moto e outros três a pé ameaçavam qualquer pessoa que pagava os R$ 3 para estacionar. Queriam dominar tudo — afirmou o delegado titular da Delearm, Allan Dias.

Indiciados pela PF, todos eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MP), na última sexta-feira, e são réus no processo que tramita na 32ª Vara Criminal da Capital. Na denúncia da 1ª Central de Inquéritos Policiais do MP, a 23ª Promotoria de Investigação Penal destacou que os criminosos "cobravam ainda um imposto pela venda de qualquer imóvel na região e uma taxa básica de cada morador a título de segurança".

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A história das Guardas Municipais acaba se confundindo com a própria história da Nação









PEC-00534/2002 – Altera o art. 144 da Constituição Federal, para dispor sobre as competências da guarda municipal e criação da guarda nacional.

Apresentação do Requerimento de Inclusão na Ordem do Dia n. 109/2011, pelo Deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que: “Requer inclusão na Ordem do Dia da Proposta de Emenda à Constituição n.º534/2002″ - 08/02/2011

Na Carta Magna, em seu artigo 144, § 8º, ao estabelecer atividades, órgãos e atuação frente à segurança pública e à incolumidade das pessoas e do patrimônio, preconiza a responsabilidade de todos, e principalmente do "Estado" (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), sendo um direito e responsabilidade de todos.

Em suma, as Guardas Municipais atuam na segurança pública, protegendo os bens, serviços e instalações, nos termos da lei, cuja função é de extrema relevância, auxiliando na manutenção da ordem pública junto com a Polícia Federal, Polícia Civil e Militar, além de outros previstos na própria Constituição Federal, como o caso da Polícia da Câmara dos Deputados, com atribuições também limitadas aos fatos ilícitos daquela Casa de Leis.

Segundo pesquisa do BNDES a Guarda Municipal já se faz presente e atua em mais da metade dos municípios com população superior a 100 mil habitantes: 51,7% para os municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes e 80,8% para aqueles com população superior a 500 mil habitantes.

Todos os povos, sempre, ao se reunirem em grupo, passaram a necessitar da figura altaneira do "Guardião da Lei e da Ordem", muitas vezes representado pelo próprio chefe da tribo, ou, então, sendo delegado este poder de polícia à determinadas pessoas do grupo.

No Brasil, a primeira instituição policial paga pelo erário foi o Regimento de Cavalaria Regular da Capitania de Minas Gerais, organizado em 9 de junho de 1775, ao qual pertenceu o Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o TIRADENTES, que nela alistou-se em 1780 e em 1781 foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões, na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto do Rio de Janeiro. Essa corporação é considerada como predecessora da Polícia Militar de Minas Gerais.

Com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, foi criada em 13 de maio de 1809, a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, embrião da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, sua missão era de policiar a cidade em tempo integral, tornando-a desde o início mais eficaz que os antigos "Quadrilheiros", que eram os defensores, normalmente escolhidos pela autoridade local das vilas no Brasil Colônia, entre civis de ilibada conduta e de comprovada lealdade à coroa portuguesa.

Ao abdicar o trono, Dom Pedro I deixa seu filho encarregado dos destinos do país. Neste momento conturbado, através da Regência Trina Provisória, em 14 de junho de 1831 é efetivamente criada com esta denominação em cada Distrito de Paz a Guarda Municipal, dividida em esquadras.

Em 18 de agosto de 1831, após a edição da lei que tratava da tutela do imperador e de suas augustas irmãs, é publicada a lei que cria a Guarda Nacional, e extingue no mesmo ato as Guardas Municipais, Corpos de Milícias e Serviços de Ordenanças, sendo que no mesmo ano, em 10 de outubro, foram reorganizados os corpos de municipais, agora agregados ao Corpo de Guardas Municipais Permanentes, nova denominação da Divisão Militar da Guarda Real de Polícia, subordinada ao Ministro da Justiça e ao Comandante da Guarda Nacional.

As patrulhas de permanentes deveriam circular dia e noite a pé ou a cavalo, "com o seu dever sem exceção de pessoa alguma", sendo "com todos prudentes, circunspectos, guardando aquela civilidade e respeito devido aos direitos do cidadão"; estavam, porém autorizados a usar "a força necessária" contra todos os que resistissem a "ser presos, apalpados e observados".

A atuação do Corpo de Guardas Municipais Permanentes desde a sua criação foi motivo de destaque, conforme citação do Ex-Regente Feijó, que em 1839 dirigiu-se ao Senado, afirmando: "Lembrarei ao Senado que, entre os poucos serviços que fiz em 1831 e 1832, ainda hoje dou muita importância à criação do Corpo Municipal Permanente; fui tão feliz na organização que dei, acertei tanto nas escolhas dos oficiais, que até hoje é esse corpo o modelo da obediência e disciplina, e a quem se deve a paz e a tranquilidade de que goza esta corte".

Esta corporação teve em seus quadros vultos nacionais que souberam conduzi-la honrosamente, tendo como destaque o Major Luís Alves de Lima e Silva - "Duque de Caxias", que foi nomeado Comandante do Corpo de Guardas Municipais Permanentes, em 18 de outubro de 1832.

Ao ser promovido a Coronel, passou o Comando, onde ao se despedir dos seus subordinados fez a seguinte afirmação:

"Camaradas! Nomeado presidente e comandante das Armas da Província do Maranhão, vos venho deixar, e não é sem saudades que o faço: o vosso comandante e companheiro por mais de oito anos, eu fui testemunha de vossa ilibada conduta e bons serviços prestados à pátria, não só mantendo o sossego público desta grande capital, como voando voluntariamente a todos os pontos do Império, onde o governo imperial tem precisado de nossos serviços (…). Quartel de Barbonos, 20/12/39. Luís Alves de Lima e Silva".

Esse Corpo, que se desdobrava entre o policiamento da cidade e a participação em movimentos armados ocorridos nos demais pontos do território brasileiro, a que se refere Lima e Silva, é a atual Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que atuava no âmbito municipal do Município da Corte.

A história das Guardas Municipais acaba se confundindo com a própria história da Nação, ao longo desses últimos duzentos anos. Em diversos momentos essa "força armada" se destacou vindo a dar origem a novas instituições de acordo com o momento político vigente. Dado a missão principal de promover o bem social, essa corporação esteve desde os primórdios diretamente vinculada à sua comunidade, sendo um reflexo dos anseios dessa população citadina.

Em Curitiba, no ano de 1992, ao realizar-se o III Congresso Nacional das Guardas Municipais, estabeleceu-se que 10 de outubro, passaria a ser comemorado o Dia Nacional das Guardas Municipais do Brasil.

Atualmente, no Congresso Nacional brasileiro tramita a Proposta de Emenda Constitucional número 534/02 que amplia as competências das Guardas Municipais. Esta proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados no dia 26 de outubro de 2005. Deverá ir a voto aberto no Plenário da Casa das Leis Nacionais.

As Guardas Municipais ou Guardas Civis Municipais foram reestruturadas a partir do dispositivo da Carta Magna - Constituição Federal de 1988, que faculta aos municípios "criar" Guardas Municipais, para proteção dos seus bens, serviços e instalações conforme dispuser a Lei (complementar - texto constitucional).

Portanto, a priori, elas têm poder de polícia para agirem nessas situações, mas agem também em qualquer outra situação de flagrante delito ou ameaça à ordem ou à vida, além de em situações de calamidade, porque nesses casos, conforme a lei dispõe, "qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito" (artigo 301, do Código de Processo Penal). Assim, mesmo que haja divergências sobre a possibilidade de ação das Guardas Municipais, esta é amparada pela lei. Portanto, assim como a polícia está para as leis penais, as guardas municipais estão para as leis municipais.

Quanto à sua organização administrativa, diverge bastante entre um e outro município.

Grampo da PF revela que, antes da ocupação do São Carlos, policial civil recebeu ordem de quadrilha e transferiu armas para a Rocinha

RIO - No último dia 6, um domingo de muito sol e praia no Rio, forças de segurança estaduais e federais levaram menos de duas horas para ocupar, sem tiros, nove favelas do Complexo do São Carlos, no Estácio, e de Santa Teresa, com o objetivo de implantar três Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Mas foi uma movimentação inesperada, na madrugada do dia 2, que agitou os corredores da Polícia Federal do Rio, na Praça Mauá: um policial civil, que consta da folha de pagamento da quadrilha do traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefão da venda de drogas na Rocinha, foi acordado em casa por um telefonema e recebeu uma ordem. Ele precisava transportar armas escondidas no São Carlos para a Rocinha, revela reportagem de Antônio Werneck, publicada na edição deste domingo do GLOBO.

O telefonema foi interceptado por agentes federais que trabalhavam na Operação Guilhotina e também por policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da PF. Numa ponta da linha estava o traficante Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, chefe do tráfico no São Carlos e sócio de Nem. Com o anúncio do governo estadual de que o complexo no Estácio seria ocupado, Coelho fugiu para a Rocinha, supostamente sob escolta de policiais da banda podre. Mas chegou à favela de São Conrado sem suas armas, escondidas num paiol: 15 fuzis, uma quantidade não descoberta de pistolas e munição.

Segundo os agentes, o policial civil - que já estaria identificado - usou um carro da polícia descaracterizado para o transporte e, apesar do cerco da PF feito às pressas naquela madrugada, conseguiu seu objetivo: entregou as armas na Rocinha.
- Já cheguei - disse o policial ao traficante Coelho.

A Operação Guilhotina, desencadeada no dia 11 pela PF para o cumprimento de 45 mandados de prisão contra policiais civis e militares, começou em 2009, com o nome de Operação Paralelo 22, comandada pelos policiais federais de Macaé. Eles investigavam as ramificações da quadrilha do traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, originário daquela cidade, e seu sócio Coelho, quando descobriram que os bandidos contavam com uma rede de colaboradores em delegacias e batalhões. Em troca de gordas propinas mensais, os policiais avisavam aos traficantes quando haveria operações. Através de informações obtidas com os grampos feitos pela PF, há suspeita de que os traficantes mantinham informantes no Batalhão de Operações Especiais (Bope), em batalhões convencionais da PM e em delegacias especializadas da Polícia Civil.

Um dos mais graves vazamentos de informação sobre ações policiais ocorreu em setembro de 2009. Depois de localizar Roupinol na Favela da Rocinha, onde o criminoso vivia sob a proteção de Nem, um dos bandidos mais procurados pela polícia do Rio, os federais pediram a colaboração da Secretaria de Segurança e montaram uma incursão. Para traçar uma estratégia, uma equipe da cúpula da polícia do Rio se uniu aos agentes federais na secretaria.

A operação foi marcada, então, para a madrugada do dia 3 de setembro de 2009 - um dia antes, policiais do Bope conseguiram se infiltrar no morro e permanecer escondidos. Mas todo o sigilo não foi suficiente. Durante a noite, os traficantes receberam uma mensagem de texto por celular, avisando sobre a operação. Policiais federais que monitoravam os bandidos interceptaram o torpedo: "Amanhã tem opera aki do bope, q ta no mato. cecopol q pediu pra fazer opera; vai ser cedo". Temendo pela segurança dos policiais do Bope, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, abortou o plano e retirou os PMs da Rocinha. Roupinol acabou sendo executado ano passado, numa operação da Polícia Civil, agora posta sob suspeita

sábado, 19 de fevereiro de 2011

ONG defende que estado seja responsabilizado por saques em favelas

Em nota publicada em seu site, a ONG Justiça Global defende que "o governo do estado do Rio de Janeiro deve ser responsabilizado pelos roubos e pelas invasões de domicílio praticados por policiais nas favelas do Complexo do Alemão e da Penha." Diante dos primeiros resultados da Operação Guilhotina - que prendeu 30 policiais civis e militares e revelou que esses agentes participaram de saque a casas de moradores e de traficantes, na ocupação do Complexo do Alemão, no dia 28 de novembro passado, a ONG afirma que "o Estado tem obrigação de fazer um pedido de desculpas formal à população local, e de reconhecer e indenizar os danos morais e materiais dos moradores atingidos pela violência estatal." A ONG, reconhecida internacionalmente, afirma que, "logo após a ocupação, o coronel Mario Sergio Duarte, comandante da Polícia Militar, foi à imprensa e deu carta branca aos abusos e às violações de direitos na região ao afirmar: “A ordem é vasculhar casa por casa”.

A ONG destaca ainda que um dos presos na Operação Guilhotina foi aquele inspetor que dava baforadas de charuto, conhecido como Trovão, que foi tratado como herói na operação policial de maio de 2007, que matou 19 suspeitos de serem traficantes, no Alemão. Dois deles teriam sido executados por policiais, sem qualquer confronto.
Na ocasião dos roubos feitos por policiais durante a operação, a Secretaria de Segurança minimizou as denúncias, temendo que elas tirassem o brilho da ocupação das forças de segurança. A meu ver, uma coisa não tem nada a ver com a outra. O Estado pacificou a região, mas não pode jogar para baixo do tapete a dívida com aqueles moradores inocentes que tiveram seus direitos aviltados e bens roubados. Essa reivindicação não deve ser ignorada apenas porque está sendo feita por uma ONG que defende direitos humanos, muitas vezes confundidos com direitos de bandidos.

Direitos humanos é para todos - cidadãos, presos e até mesmo policiais. Os direitos desses, é verdade, muitas vezes são ignorados pela maioria das ONGs, que se dedicam apenas a apontar a violação dos direitos por parte dos agentes do Estado. Mas não é por isso que vamos deixar de ouvir o clamor das ONGs. Elas ainda têm um importante papel de vigilância e crítica.
Saiba mais sobre as escutas da Federal que revelaram a rapinagem no Alemão.
Leia a íntegra do comunicado da Justiça Global:

"Operação da Polícia Federal comprovou
denúncia das organizações de direitos humanos

A “Operação Guilhotina”, realizada pela Polícia Federal (PF), comprova as denúncias feitas por organizações de direitos humanos e moradores sobre a ocupação policial no Complexo do Alemão e da Penha. Em manifesto divulgado no dia 21 de dezembro de 2010, afirmávamos: “...toda a região está sendo ‘garimpada’ por policiais, no que foi classificado como a ‘caça ao tesouro’ do tráfico”. Na última sexta-feira, escutas telefônicas veiculadas pela imprensa mostraram policiais comparando a região com a Serra Pelada.

Durante visitas às favelas da região, tivemos contato com diversos moradores que tiveram suas casas reviradas e saqueadas. A confirmação dessas denúncias reforça ainda as suspeitas, levantadas também por moradores e organizações de direitos humanos, de que o número de mortos nessa operação foi maior do que aquele oficialmente divulgado.

A ação da PF demonstrou que, assim como no governo anterior, a corrupção continua incrustada na cúpula da polícia fluminense. Essa investigação puxou uma das linhas de um novelo que vai dar no conluio das milícias e seu poder econômico com a máquina do Estado. O fato de mais um policial do alto escalão da Polícia Civil ter sido preso por uma operação da PF – há menos de três anos, outra operação levou o ex-chefe e ex-deputado federal Álvaro Lins para a cadeia – reforça o que as organizações afirmaram em dezembro: “s forças policiais exercem um papel central nas engrenagens do crime. Qualquer análise feita por caminhos fáceis e simplificadores é, portanto, irresponsável.”

Neste sentido, é importante rechaçar mais uma vez o discurso da ‘vitória’ do ‘bem’ contra o ‘mal’, adotado pelo governo após as ocupações policiais de novembro. A prisão do inspetor que foi transformado em uma espécie de ‘herói’ da mega-operação do Complexo do Alemão em 2007 – que terminou com 19 mortos em apenas um dia – é um claro sinal de alerta para o perigo deste discurso. A tentativa do governo do estado de melhorar a imagem de suas tropas é evidente, mas essa é apenas uma estratégia de propaganda que não altera as condições estruturais que permitem que o crime se organize facilmente por dentro das corporações policiais.

O resultado da Operação Guilhotina reforça, portanto, a necessidade urgente de retomar de forma objetiva o debate sobre a reforma das polícias. Não podemos depender apenas de investigações eficientes da Polícia Federal e, muito menos, de investigações internas que frequentemente são contaminadas pelo corporativismo ou até mesmo por disputas internas. Temos que pensar em novas estruturas que garantam a transparência, a fiscalização e o controle externo e independente da atividade policial.

A Justiça Global acredita que o governo do estado do Rio de Janeiro deve ser responsabilizado pelos roubos e pelas invasões de domicílio praticados por policiais nas favelas do Complexo do Alemão e da Penha. Vamos lembrar que, logo após a ocupação, o coronel Mario Sergio Duarte, comandante da Polícia Militar, foi à imprensa e deu carta branca aos abusos e às violações de direitos na região ao afirmar: “A ordem é vasculhar casa por casa”. Acreditamos que, com as provas levantadas pela PF, o Estado tem obrigação de fazer um pedido de desculpas formal à população local, e de reconhecer e indenizar os danos morais e materiais dos moradores atingidos pela violência estatal.

JUSTIÇA GLOBAL
Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 2011."

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Em depoimento, delegado Cláudio Ferraz diz que grupo de Carlos Oliveira tinha informantes no Disque-Denúncia

RIO - Em depoimento na Corregedoria Interna da Polícia Civil, o delegado Cláudio Ferraz afirma que o grupo do ex-subchefe de Polícia, Carlos Antônio de Oliveira, teria um informante no Disque-Denúncia. De acordo com informações do site do jornal Extra , o ex-diretor da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) revelou que a quadrilha teria vazado informações obtidas pelo serviço sobre a Operação Guilhotina , da Polícia Federal, que resultou na prisão de mais de 30 policiais.( Conheça os principais personagens da crise de Polícia Civil )

Segundo o site, no depoimento prestado na terça-feira, Cláudio Ferraz conta que um inspetor identificado como Gerhard, da Draco, teria descoberto que o grupo de Carlos Oliveira costumava checar as denúncias recebidas pelo Disque-Denúncia. De acordo com Ferraz, Gerhard "conseguiu descobrir que o vazamento das informações aconteceu no interior da sede do Disque-Denúncia, visto que essa organização criminosa (a de Oliveira) possuía tentáculos operacionais naquela central de informações".

Em nota, o coordenador do Disque-Denúncia, Zeca Borges, nega a informação. Ele afirma que a Polícia Civil tem acesso à sua base de dados. Além disso, Borges afirma que grande parte das informações usadas para deflagrar a operação da PF.

"O Disque-Denúncia, diante das declarações do delegado Cláudio Ferraz, de que haveria 'tentáculos operacionais' do grupo investigado pela Operação Guilhotina dentro de nossas instalações, esclarece que qualquer pesquisa em nossa base de dados só é permitida quando solicitada oficialmente. Como responsável direto pela segurança e seriedade de nosso serviço, asseguro que não há a menor possibilidade de nossos colaboradores terem repassado informações que não tenham sido previamente autorizadas. Reiteramos: não existe nenhum informante aqui dentro", diz a nota.

Também em seu depoimento, Ferraz afirma que a testemunha-bomba que forneceu as informações para a operação da PF ficou sob poder de policiais da banda podre durante 48 horas. Segundo o Extra, Magno Carmo Pereira foi detido em Jacarepaguá no dia 27 de agosto do ano passado pela equipe do policial Leonardo Torres, o Trovão, de quem era sócio no tráfico de armas. Durante o tempo em que permaneceu sob o poder de Trovão e sua equipe, Magno foi ameaçado de morte e avisado de que se colaborasse com a Polícia Federal, sua família também seria executada.

O Operação Guilhotina disparou uma crise na Polícia Civil do Rio. No dia em que a ação foi deflagrada, na última sexta-feira, o então chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, foi chamado a depor na Polícia Federal sobre o envolvimento de seu ex-subchefe operacional, Carlos Antônio Luiz Oliveira, com uma quadrilha ligada ao desvio e venda de armas a traficantes. Ele disse que, se houvesse alguma prova de sua participação no esquema, ele teria sido preso, mas sequer foi indiciado. No entanto, depois da Operação Guilhotina, sua substituição na chefia de polícia passou a ser considerada.

Dois dias depois de prestar seu depoimento, Turnowski determinou uma devassa na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), onde, sob o comando do delegado Claudio Ferraz, começou parte da investigação que resultou na Operação Guilhotina. A delegacia teve as portas lacradas. A iniciativa de investigar a Draco, segundo o chefe da Polícia Civil, foi tomada a partir de denúncias sobre o suposto envolvimento da equipe do delegado Claudio Ferraz em extorsões contra empresários e prefeituras.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Allan Turnowski frisa que foi ele quem prendeu informante que revelou todo o esquema de corrupção















RIO - Depois de uma hora de depoimento, como testemunha, na Polícia Federal, o chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, afirmou nesta sexta-feira que não deve sair do cargo , embora a decisão caiba ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Turnowski disse que, se houvesse alguma prova de sua participação no esquema de venda de armas ou de recebimento de propinas, ele teria sido preso, mas sequer foi indiciado. A operação de sexta-feira foi a mais importante realizada contra policiais desde agosto de 2008, quando o delegado Álvaro Lins, ex-chefe de Polícia Civil, foi preso. Turnowski ressaltou que a prisão do informante da Polícia Civil foi feita por ele.

- Tudo começou com uma operação da Polícia Federal, na qual as polícias Civil e Militar foram chamadas para dar apoio, na Rocinha, em 2009. Soubemos que houve um vazamento. Posteriormente, fui chamado pelo secretário de Segurança para prender o informante da Polícia Civil acusado de ter vazado a operação e de vender armas, junto com policiais civis e militares. A partir do momento que eu fizesse a prisão dele, é lógico que ele ia contar todo o esquema. Em 48 horas, consegui prender o informante. Havia muito medo de que ele fosse morto. Se isso acontecesse, iam dizer que era queima de arquivo - lembrou ele.

O chefe de Polícia Civil afirmou ainda que policiais que vendem armas a bandidos são traidores e devem responder por seus crimes.

- A Polícia Civil não compactua com esse tipo de atitude. Eu já quase fui ferido e perdi vários policiais em ação. Mais do que ninguém, sei o que é sofrer um ataque de traficantes. Eu nunca admiti que se vendessem armas a traficantes. Se eles fizeram isso, são traidores e devem ficar presos. O secretário (Beltrame) sempre diz que nenhuma polícia pode sofrer um processo de limpeza que não seja doloroso. Hoje (sexta-feira), a instituição está triste, mas ao mesmo tempo feliz por estar limpando seus quadros - disse Turnowski.

Turnowski contou ainda que usou a própria equipe da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), onde o informante atuava, para prendê-lo.

- Eu disse aos policiais o seguinte: "para provar que vocês não estão envolvidos, quero esse informante aqui vivo. É missão minha". Esse momento foi fundamental, pois era a Polícia Civil resolvendo rasgar a própria carne, custasse o que custasse. Isso foi importante para mostrar que queríamos depurar a polícia. O informante era uma testemunha-chave. A prisão dele foi fundamental para o resultado de hoje (sexta-feira) e desvendar todo o esquema - explicou.

Durante o depoimento de Turnowski, o delegado federal Paulo César Barcelos lhe perguntou sobre o "suposto recebimento da quantia de R$ 200 mil" pela Chefia de Polícia Civil, propina que seria recebida por cada delegacia. Turnowski alegou que, sendo 180 delegacias no estado, o total chegaria a um valor estratosférico, o que, por si só, desqualificaria a denúncia.

Sobre a saída de seu então subchefe de Polícia Civil, Carlos Oliveira, em agosto do ano passado, justamente quando a PF já o investigava, o chefe de Polícia afirmou que ele não vinha cumprindo metas e foi exonerado do cargo.

Complexo do Alemão, uma 'Serra Pelada' para os policiais corruptos






RIO - A investigação que resultou na "Operação Guilhotina" detalha a atuação de policiais civis, militares e informantes em quatro bandos envolvidos numa série de crimes. A análise do relatório da Polícia Federal revela, por exemplo, que durante a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, em novembro passado, integrantes de três das quatro quadrilhas transformaram a região numa zona de garimpo. Em interceptações telefônicas, os policiais se referem à localidade como "Serra Pelada" - referência ao garimpo no Pará, que ganhou notoriedade na década de 80.

Dos bandos investigados, o mais numeroso era comandado pelo delegado Carlos de Oliveira, ex-subchefe Operacional da Polícia Civil, que contava com pelo menos 21 integrantes e agia como uma milícia, dominando a Favela Roquete Pinto, em Ramos. O grupo também participava de operações em que armas e munição apreendidas eram desviadas para abastecer o grupo paramilitar ou revendidas a bandidos.

A investigação da Polícia Federal mostrou que o desvio de armas e drogas apreendidas em operações policiais também era praticado por integrantes de outros dois grupos. Um deles chefiado pelo inspetor Leonardo da Silva Torres, o Trovão, que teria vendido ao traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, uma metralhadora .30, encontrada durante operação no Morro da Mangueira, em 2009. O quarto bando, chefiado pelo inspetor Helênio Dias Rodrigues, atuava na segurança de bingos em Botafogo, Bonsucesso e Guaratiba.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Carlos Antônio de Oliveira, ex-subchefe da Polícia Civil do Rio se entrega na sede da Polícia Federal








RIO - Um dos principais alvos da Operação Guilhotina, o delegado Carlos Antônio Luiz de Oliveira, se entregou, na tarde desta sexta-feira, na Polícia Federal. Ainda nesta sexta-feira ele será levado para o presídio de Bangu 8.
O delegado, que ocupou cargo de subchefe da Polícia Civil do Rio, estava foragido. Oliveira estava

atualmente como subsecretário de Operações da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop). Após as denúncias contra ele, a prefeitura anunciou, na manhã desta sexta-feira, que irá exonerá-lo.

O delegado estava no cargo há pouco mais de um mês, quando assumiu em janeiro de 2011. Em nota, a Seop informou que "vai acompanhar atentamente as investigações da Polícia Federal". Em outubro do ano passado, quando a Secretaria de Segurança reestruturou a cúpula da Polícia Civil, Carlos Oliveira foi substituído na Subchefia Operacional por Rodrigo Oliveira, que antes ocupava o cargo de diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada.

Mais cedo, em entrevista à rádio Bandnews, o chefe de Polícia Civil do Rio, delegado Allan Turnowski, chamou Oliveira de traidor .

- O fato de ele ter sido subchefe torna o fato mais grave. Porque aí é uma traição muito mais próxima de você. Como pode vender arma para bandido que já alvejou os colegas? Isso envergonha a instituição, mas ao mesmo tempo ela fica mais forte. Se tiver que rasgar a própria carne, que rasgue. O que não dá é para passar a mão na cabeça de alguém - disse.

Logo após prestar depoimento aos agentes da PF na posição de testemunha contra policiais acusados de envolvimento com o tráfico, Turnowski disse que ainda não está na hora de deixar o cargo. Ele também foi defendido pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

Pelo menos 35 pessoas já foram presas na ação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira , para prender policiais civis e militares, inclusive delegados. Eles são acusados de corrupção, roubo e de manter estreita a ligação com traficantes do Rio.

Pelo menos 45 mandados de prisão estão sendo cumpridos por 380 federais e 200 agentes de forças estaduais, além de dois helicópteros e quatro lanchas. A Justiça também expediu outros 48 mandados de busca e apreensão. Com lanchas, agentes também fazem buscas na Baía de Guanabara atrás de corpos de possíveis vítimas de milícias.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Polícia faz operações para impedir fuga de traficantes do Rio para comunidades de São Gonçalo e Niterói







RIO - A polícia acredita que traficantes do Complexo do São Carlos e das favelas de Santa Teresa, que vai receber uma Unidade de Polícia Pacificadora, estão planejando se refugiar em comunidades de São Gonçalo e Niterói. Na manhã desta quinta-feira, policias do 12º BPM (Niterói) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram uma ação nos morros Juca Branco, Boavista e Serrão. A operação terminou sem presos nem apreensões.

Durante a madrugada, um homem foi preso numa operação da Polícia Rodoviária Federal na Ponte Rio-Niterói. De acordo com a polícia, os bandidos teriam aproveitado a grande movimentação de torcedores do Flamengo na Ponte Rio-Niterói, devido ao jogo de estreia de Ronaldinho Gaúcho, para tentarem se estabelecer na região.

Pelo menos dez policiais rodoviários federais fizeram uma blitz na pista sentido Rio da Ponte Rio-Niterói. De acordo com a PRF, um homem que tinha recebido o benefício do regime semiaberto e não havia retornado para a prisão foi preso, duas motos e um carro roubados foram recuperados e seus condutores conduzidos para delegacia. Além disso, dois veículos foram apreendidos por estarem com documentação irregular. Os casos foram encaminhados para a 74ª DP (Alcântara) e 78ª DP (Fonseca).

Além disso, em São Gonçalo, policiais militares do 7º Batalhão reforçaram o patrulhamento das principais vias da cidade com 15 viaturas. As blitzes terminaram por volta das 2h da madrugada desta quinta-feira. Segundo o batalhão, 35 veículos em situação irregular foram apreendidos. A PM, contudo, não pode atuar na Rodovia Niterói-Manilha (BR-101), principal via de acesso ao município, por se tratar de uma rodovia federal, onde o policiamento está a cargo da PRF.

Há anos que traficantes dos morros da Mineira e de São Carlos, no Rio, se escondem na comunidade do Salgueiro, na periferia de São Gonçalo e às margens da BR-101. O local tem mais de três mil casas, a maior parte ocupada por moradores de favelas erradicadas em Niterói. Há também um conjunto de mil casas ocupadas por civis e militares do Ministério da Marinha. O local é procurado pelos traficantes porque possui um único acesso, o que dificulta operações policiais.

A invasão dos traficantes do Rio preocupa o Conselho Comunitário de Segurança porque São Gonçalo perdeu um batalhão da PM (o 11º, transferido para Friburgo) e o 7º BPM tem pouco mais de 300 homens, divididos em turnos, para policiar os 228 quilômetros da cidade, que tem mais de um milhão de habitantes (é o segundo município mais populoso do estado, perdendo apenas para a capital). São Gonçalo é a cidade fluminense que tem o menor percentual de policiais por habitantes.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Vendedor de gás é preso transportando maconha







No final da tarde da ultima quarta-feira (02), policiais civis da Delegacia de Tóxicos Entorpecentes (DTE), de Feira de Santana prenderam Gusmak Dias Isidoro e Taiser de Jesus Lobo. A dupla foi flagrada traficando drogas da cidade.
Gusmak foi abordado pelos policiais da DTE, no Centro da Princesa do Sertão, quando conduzia, uniformizado uma motocicleta de entrega de botijões de gás e com o mesmo foi encontrada uma mochila contendo um quilo de maconha.
Após ser questionado pelos investigadores, de quem era a droga, Gusmak alegou que estava transportando a droga para um indivíduo de nome Taiser por R$ 50,00. Os policiais dirigiram-se até a casa do acusado no bairro Rua Nova onde o mesmo foi preso.
Na residência de Taiser foram encontradas duas mochilas contendo pequenos pedaços de maconha e uma balança de precisão. Ambos foram conduzidos para a sede da DTE onde foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e associação ao tráfico.
A dupla encontra-se custodiada na carceragem do Complexo Policial Investigador Bandeira à disposição da Justiça.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Presa quadrilha com botijões








Na manhã desta quarta-feira, 26, os delegados da regional da cidade de Itabaiana, Fábio Pereira e Nélio Bicalho, juntamente com a delegada do município de Campo do Brito, Luciana Pereira, detalharam a investigação e operação que culminou com a desarticulação de um grupo criminoso que atuava nos estados de Sergipe e Bahia.

As investigações foram iniciadas pela Delegacia Regional de Itabaiana, com o apoio da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), a partir do registro de um assalto no povoado Lagoa do Forno no mês de setembro de 2010. Após quatro meses de levantamentos, foi montada nesta terça-feira, 25, uma operação que contou com policiais das delegacias das cidades de Itabaiana, Lagarto, Campo do Brito, Frei Paulo e Ribeirópolis, além de agentes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

Foram presos: Paulo Rogério da Cunha, 35 anos, vulgo “Marcos ou Peu”, apontado pela polícia como um dos líderes do bando; José Andrade de Carvalho, 39 anos, conhecido como “Adilson Machante”; Claudecir Luiz da Silva, 53 anos, que atende por “Velho ou Boy”, responsável pelo fornecimento de armas de fogo ao bando; Fabian de Jesus Santos, 26 anos, conhecido como “Fabinho” e que exercia no grupo, também, uma liderança; Ana Carla Santos da Silva, 18 anos, esposa de “Fabinho”, responsável pelo transporte dos membros da quadrilha, Adielson Gomes dos Santos, 53 anos, vulgo “Gago” e Luciano Santos, 41 anos, com que a polícia encontrou uma pistola calibre 635. As prisões foram efetuadas nas cidades de Lagarto, Itabaiana e Ribeirópolis.

"Essa quadrilha agia em pelo menos dez municípios localizados nos estados da Bahia e Sergipe. Era uma organização criminosa que agia com muita violência, praticando crimes de latrocínio, roubo, furto e assaltos a mão armada. Um dos integrantes da quadrilha, Sergio Ribeiro dos Santos, foi morto no dia 28 de dezembro do ano passado depois de uma troca de tiros no estado da Bahia. O seu corpo foi abandonado pelos comparsas nas proximidades de um posto de gasolina no município
de Frei Paulo”, explicou o delegado Fábio Pereira.

Ainda de acordo com Pereira, “Fabinho” participava diretamente dos crimes e ainda cuidavam da comercialização dos objetos roubados. “A família do Fabian possui um mercadinho no município de Lagarto, onde ele repassava vários objetos e utensílios adquiridos de forma ilícita pelo bando. Além disso, o “Gago” era um receptador principal do bando, ele é proprietário de um estabelecimento comercial na cidade de Itabaiana, onde repassava, também, parte da mercadoria roubada ou furtada”, detalhou.

Com o grupo a polícia encontrou um enorme volume de mercadorias roubadas, dinheiro, arma de fogo, munições e outros materiais. Foram apreendidos botijões de gás (GLP), pneus, ferramentas, maços de cigarro, bebidas alcoólicas, sandálias e mais de R$ 4 mil em dinheiro. Todos os objetos e dinheiro apreendidos foram encontrados na casa de Fabian e de Luciano.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Delegado ameaçado denuncia: permanece esquema de corrupção na polícia

Em texto enviado com exclusividade ao blog REPÓRTER DE CRIME, o delegado Alexandre Neto, da Polícia Civil do Rio, denuncia que o esquema de corrupção montado pelo ex-chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins - ex-deputado cassado - continua "com a parcimônia dos comandos das polícias, que fingem não enxergar o óbvio". Neto, que escapou de atentado praticado por policiais militares em 2007, voltou a ser alvo de uma conspiração para matá-lo. O plano foi abortado pela Secretaria de Segurança. do Estado do Rio. Em 2006, Neto foi um dos poucos policiais que teve a coragem de denunciar à Polícia Federal o envolvimento de policiais civis e militares com a máfia dos caça-níqueis.

A íntegra da mensagem de Neto ao blog é a seguinte:
"Prezados Blogueiros,

Inicialmente, congratulo-me com a "muda", "Anhanguera", "OCombatente", "CANADEAÇÚCAR" [os "nicks" são usados por leitores e comentaristas deste blog] e outros que almejam uma polícia melhor e, de certa forma, me prestaram alguma solidariedade em razão da notícia veiculada pelo jornal “O Dia”. Nós, que pertencemos aos quadros da "força", sabemos que não basta a simples vontade política para mudar as polícias, sejam elas civil ou militar. A moral de quem comanda é imprescindível. E ela não é imposta a quem quer que seja pelo simples acesso ao cargo de comando a ser ocupado. Como diz um velho ditado popular, "tartaruga não sobe em poste. Se ela está lá foi porque alguém a colocou naquele lugar". A estrutura de corrupção montada pelo ex-chefe de polícia Álvaro lins e pelo ex-governador de nosso estado deixou tentáculos profundos nas organizações policiais. Foram 8 (oito) anos ininterruptos de corrupção, mortes e extorsões que envolveram agentes e autoridades totalmente descompromissadas com o interesse público.

Para eles prevalecia o interesse particular. Tudo isso acompanhado de perto pelo Ministério Público e pelo próprio Poder Judiciário estadual. Todo mundo sabia do extenso esquema de arrecadação montado, de cima para baixo, impunemente, dentro do estado. As Operações GLADIADOR, HURRICANE e SEGURANÇA PÚBLICA S/A, patrocinadas pela Polícia Federal e pelo MP Federal, deixaram patentes o envolvimento de policiais civis e militares com o crime organizado, além do sério comprometimento da própria cúpula estatal. As condenações impostas aos criminosos demonstraram isso.

A missão que se seguiu, imposta ao Dr. Beltrame, é árdua. Muito árdua. Ela requer paciência e estratégia, pois ninguém vai conseguir desmontar em 4 (quatro) anos um “esquemão” que foi montado em mais de 8 (oito) e, infelizmente, ainda perdura. E perdura com a parcimônia dos comandos das polícias, que fingem não enxergar o óbvio. Que ainda esperam pela iniciativa de outras Instituições para fazer a faxina em seus próprios quadros. Ninguém vai conseguir purificar almas que acreditaram na impunidade e lucraram – e ainda lucram - com ela. A missão é quase impossível, mas alguém tem que levá-la adiante, seja para o bem das polícias, seja para o bem da própria sociedade.

Sei dos riscos que enfrento, bem como outros colegas e o próprio secretário Beltrame. Somente um assassinato covarde poderá me silenciar. Mas não hesitarei em caminhar pra frente, sempre lutando por uma polícia judiciária independente, que não se submeta a caprichos de outros poderes ou se afigure refém dela mesma, diante dos péssimos quadros funcionais que surgem, patrocinados pelo crime organizado que perpassa o próprio estado. Isso indica que estamos no caminho certo. Essas chagas ainda abertas indicam que as polícias precisam de um tratamento sério e eficaz. Indicam que os bons policiais precisam ser valorizados, para que não sejam cooptados pela chamada “banda podre” e por aqueles que a patrocinam. Sob esse aspecto, a simples vontade política se mostra imprescindível."

Os responsáveis pela conspiração para matar o delegado já foram identificados e espera-se agora que a Secretaria de Segurança seja rigorosa no inquérito que vai levá-los à Justiça. Num momento em que toda a sociedade participa com entusiasmo do cerco do Estado ao crime organizado no Rio, não é possível admitir a hipótese que agentes da lei sejam alvos de represálias de criminosos por conta de uma conduta firme e irrepreensível no combate ao crime.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Rapaz morto chegou a inalar um botijão de gás a cada 2 dias achando que era droga






SÃO PAULO - Inalar gás de isqueiro e até gás de cozinha como droga está sendo alardeado por comunidades no Orkut e virando moda entre jovens, mas essas substâncias não são entorpecentes. São tóxicas. O alerta é do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e de médicos. Em julho do ano passado, o monitor de bufê Allan Ronnie Muraca, de 24 anos, morreu ao lado do botijão de gás.

Ele chegou a inalar um botijão inteiro de gás de cozinha a cada dois dias.
Allan começou cheirando gás de isqueiro, passou para o gás de buzina. Depois, para o gás hélio - usado para encher balões no bufê em que ele trabalhava. Por último, Allan passou a inalar gás de cozinha. Morreu, sozinho, dentro de casa, em São Bernardo do Campo, no ABC, em julho do ano passado.

A dor da mãe de Allan, a funcionária pública aposentada Suzana Cristina Muraca da Silva, de 44 anos, começou um ano antes de o filho morrer, quando ela descobriu que ele estava viciado em gás.

- Não desejo isso a ninguém. Perder o filho para um gás de cozinha é triste. É muito sofrimento.

Suzana conta que tentou internar o filho e chegou até a trancá-lo em casa para evitar que ele consumisse gás.
- Ele arrombou a porta e fugiu para a casa do avô, que fica no mesmo terreno, e foi direto para a cozinha cheirar gás - conta.

Como Allan não tinha plano de saúde, Suzana percorreu prontos-socorros em busca de psiquiatras e outros médicos.

- Todos diziam que o gás não causava nada de mais.

Quando inalava gás, Allan costumava desmaiar. Em seguida, acordava e dormia. Suzana conta que ele e uma namorada souberam do uso do gás no Orkut.

O médico toxicologista da Faculdade de Medicina da USP Anthony Wong afirma que a inalação do gás butano, presente nos isqueiros, provoca a falta de oxigênio no organismo. Ele utiliza uma explicação simples: onde entra o gás butano não entra o oxigênio.

- O butano não é considerado um entorpecente, uma droga. Não produz sensações de prazer momentâneo. O que os usuários do gás chamam de 'barato' é a falta de oxigênio. Por isso a inalação pode provocar asfixia, causando convulsões e morte. Com a inalação, a glote (garganta) fecha e não entra ar nos pulmões. A vítima fica agitada por conta da falta de oxigênio no cérebro - explica.

O médico da USP afirma que as pessoas que passam a inalar o gás do isqueiro podem desenvolver uma dependência psicológica, mas não uma dependência física.

- Não provoca uma dependência física, mas a pessoa pode se viciar no contexto, psicologicamente - afirma, acrescentando que não adianta proibir a venda do produto, pois não há como proibir ninguém de cometer suicídio.

A inalação do gás de isqueiro e de cozinha como droga "para dar barato" é amplamente divulgada entre jovens no site de relacionamento Orkut. Basta uma pesquisa para encontrar comunidades com nomes como "Eu baforo gás de isqueiro", "Eu cheiro gás de cozinha" e "Isqueiro sem gás, menino triste". Há, inclusive, instruções dadas a curiosos sobre como consumir o gás.

De acordo com a Polícia Civil, a simples divulgação na internet não pode ser considerada crime, já que a substância tóxica não é proibida e pode ser encontrada em qualquer lugar.

O delegado Rubens Barazal, do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil, diz que não há crime na divulgação do consumo do gás de isqueiro na internet.

- Não existe uma apologia ao crime. O gás é distribuído livremente. Essas pessoas estariam fazendo apologia se essa substância fosse considerada uma droga. Mas é só um gás tóxico - disse o delegado.

Na comunidade do Orkut chamada "Eu baforo gás de isqueiro", os 36 integrantes relatam a inalação do gás no tópico "As melhores brisas". Um deles conta que se lembra de que queimou o próprio nariz quando estava intoxicado. Outro diz que caiu no chão, bateu a cabeça e babou.

De forma irônica, a comunidade está registrada na categoria Esportes e Lazer, e tem 36 integrantes - a maioria tem até 24 anos e se identifica por apelidos. A página também conta com um tópico batizado de "AAAA Eu amo gás", cheio de recados para os outros membros e visitantes. Outra comunidade do Orkut, chamada "Eu cheiro gás de cozinha", com 17 integrantes, exibe a explicação de que a página foi criada "para aqueles que estão sempre viajando, sempre cheirando gás de cozinha".

O popular gás de buzina, muito vendido no Carnaval, e o hélio também são inalados por jovens como droga alternativa aos entorpecentes.

A jornalista Anita Ribeiro Motta, de 25 anos, morreu no ano passado após ter supostamente utilizado gás de buzina na noite de 19 de fevereiro do ano passado, uma segunda-feira de Carnaval, em Serra Negra, a 150 quilômetros da capital.

De acordo com informações da Polícia Civil da cidade, primos da vítima, que foram testemunhas do caso, afirmaram ter visto Anita pegar o tubo com gás de buzina, retirar a corneta que serve para a saída do som, ingerir o gás e cair no chão logo em seguida. A mulher chegou a ser socorrida para o hospital da cidade, mas já teria chegado morta ao local.