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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Allan Turnowski frisa que foi ele quem prendeu informante que revelou todo o esquema de corrupção















RIO - Depois de uma hora de depoimento, como testemunha, na Polícia Federal, o chefe de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, afirmou nesta sexta-feira que não deve sair do cargo , embora a decisão caiba ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame. Turnowski disse que, se houvesse alguma prova de sua participação no esquema de venda de armas ou de recebimento de propinas, ele teria sido preso, mas sequer foi indiciado. A operação de sexta-feira foi a mais importante realizada contra policiais desde agosto de 2008, quando o delegado Álvaro Lins, ex-chefe de Polícia Civil, foi preso. Turnowski ressaltou que a prisão do informante da Polícia Civil foi feita por ele.

- Tudo começou com uma operação da Polícia Federal, na qual as polícias Civil e Militar foram chamadas para dar apoio, na Rocinha, em 2009. Soubemos que houve um vazamento. Posteriormente, fui chamado pelo secretário de Segurança para prender o informante da Polícia Civil acusado de ter vazado a operação e de vender armas, junto com policiais civis e militares. A partir do momento que eu fizesse a prisão dele, é lógico que ele ia contar todo o esquema. Em 48 horas, consegui prender o informante. Havia muito medo de que ele fosse morto. Se isso acontecesse, iam dizer que era queima de arquivo - lembrou ele.

O chefe de Polícia Civil afirmou ainda que policiais que vendem armas a bandidos são traidores e devem responder por seus crimes.

- A Polícia Civil não compactua com esse tipo de atitude. Eu já quase fui ferido e perdi vários policiais em ação. Mais do que ninguém, sei o que é sofrer um ataque de traficantes. Eu nunca admiti que se vendessem armas a traficantes. Se eles fizeram isso, são traidores e devem ficar presos. O secretário (Beltrame) sempre diz que nenhuma polícia pode sofrer um processo de limpeza que não seja doloroso. Hoje (sexta-feira), a instituição está triste, mas ao mesmo tempo feliz por estar limpando seus quadros - disse Turnowski.

Turnowski contou ainda que usou a própria equipe da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), onde o informante atuava, para prendê-lo.

- Eu disse aos policiais o seguinte: "para provar que vocês não estão envolvidos, quero esse informante aqui vivo. É missão minha". Esse momento foi fundamental, pois era a Polícia Civil resolvendo rasgar a própria carne, custasse o que custasse. Isso foi importante para mostrar que queríamos depurar a polícia. O informante era uma testemunha-chave. A prisão dele foi fundamental para o resultado de hoje (sexta-feira) e desvendar todo o esquema - explicou.

Durante o depoimento de Turnowski, o delegado federal Paulo César Barcelos lhe perguntou sobre o "suposto recebimento da quantia de R$ 200 mil" pela Chefia de Polícia Civil, propina que seria recebida por cada delegacia. Turnowski alegou que, sendo 180 delegacias no estado, o total chegaria a um valor estratosférico, o que, por si só, desqualificaria a denúncia.

Sobre a saída de seu então subchefe de Polícia Civil, Carlos Oliveira, em agosto do ano passado, justamente quando a PF já o investigava, o chefe de Polícia afirmou que ele não vinha cumprindo metas e foi exonerado do cargo.

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