RIO - O relatório do inquérito que levou aos indiciamentos do delegado Allan Turnowski, ex-chefe de Polícia do Rio, e da delegada Márcia Becker, ex-titular da 22ª DP (Penha) , foi enviado na tarde desta sexta-feira à Justiça pelo delegado Allan Dias Simões Maia, responsável pela deflagração da Operação Guilhotina , que levou a prisão de 39 pessoas, sendo 30 policiais civis e militares. No relatório, Allan Turnowski é acusado de vazamento da operação: "em razão de ter divulgado para Christiano Gaspar Fernandes, inspetor da Polícia Civil, o fato de existir operação da Polícia Federal, visando reprimir crimes praticados por policiais estaduais do Rio de Janeiro, após ter obtido tal informação da Secretaria de Segurança do Rio". ( Conheça os principais personagens envolvidos na crise da Polícia Civil do Rio )
Ainda segundo o relatório, ao qual o GLOBO teve acesso na Justiça, informação de inteligência "estabelece que Allan Turnowski manteve intenso contato telefônico com Christiano". Num dos trechos do documento, o ex-comandante da Polícia Civil conversa com o inspetor e chega a dizer "negô tá queimando vocês",´"é o pessoal da corregedoria".
Para o delegado da Polícia Federal, "é absurdo quando Allan Turnowski diz que na frase "não deixa brecha não, que vocês são alvo legal", a expressão "alvo legal" significa que os policiais civis da 22ª DP, inclusive Christiano Gaspar, são alvos da corregedoria". Turnowski, em pouco menos de 30 minutos, no dia 27 de novembro de 2010, ligou cinco vezes para o inspetor .
No caso do indiciamento da delegada Márcia Becker, o relatório afirma que ela manteve contato telefônico com Christiano no dia da Operação Guilhotina, no momento em que policiais federais tentavam prendê-lo. No contato gravado pela PF, a delegada ao invés de determinar a apresentação do inspetor, concorda com a ideia do policial de dizer que ele estaria de férias, para permitir sua fuga. Márcia Becker foi indiciada por prevaricação.
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