Nelson Nahim Matheus de Oliveira,ex-prefeito e
ex-vereador de Campos, no Norte Fluminense, e irmão do ex-governador Anthony
Garotinho, foi uma das 12 pessoas presas, nesta quinta-feira, em Campos,
acusadas de crimes de quadrilha armada, estupro de vulnerável e exploração
sexual de crianças e adolescentes. Nahim foi preso em casa. Ao todo, 14 pessoas
tiveram as prisões decretadas pela Justiça, após serem condenadas a penas que
variam de um a 31 anos de prisão pela juíza Daniela Barbosa Assumpção.
Todos ainda podem entrar com um recurso de apelação
contra a sentença, que será julgado em 2ª instância.
Entre os condenados no processo, que ficou
conhecido como “Meninas de Guarus”, estão além de Nelson Nahim o ex-vereador
Marcus Alexandre dos Santos Ferreira, o ex-presidiário Leilson Rocha da Silva,
mais conhecido como “Alex”; o policial militar Ronaldo de Souza Santos; e o
empresário Renato Pinheiro Duarte.
Duas das 14 pessoas que tiveram as prisões
decretadas continuam foragidas. Gustavo Peçanha e Dovany Salvador não foram
encontrados por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (GAECO) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério
Público (MP) .
A denúncia feita pelo MP aponta que os réus
mantinham e exploravam crianças e adolescentes, entre 8 e 17 anos, numa casa em
Guarus, distrito de Campos dos Goytacazes, para fins de prostituição e
exploração sexual. Ainda de acordo com os autos, o local era mantido com as
portas e janelas trancadas, com correntes e cadeados, sempre sob vigília
armada, e as vítimas obrigadas a consumir drogas, como cocaína, haxixe, crack,
ecstasy e maconha, sem que pudessem oferecer resistência.
De acordo com as investigações, as crianças e
adolescentes chegavam a fazer até 30 programas sexuais por dia. As vítimas eram
levadas para encontros em motéis da cidade. Por cada programa, eram cobrados
valores que variavam entre R$ 80 a R$ 300.
Acusado, entre outras coisas, de ter mantido
relações sexuais com uma adolescente de 15 anos, Nelson Nahim foi condenado a
uma pena total de 12 anos de prisão. O empresário Renato Pinheiro, que segundo
sentença judicial, é sócio de alguns dos motéis para onde as menores eram
levadas, teve a pena arbitrada em 14 anos de prisão .
A maior pena ficou com o PM Ronaldo de Souza
Santos. Além de ter determinado a exclusão dos quadros da PM, a Justiça também
condenou o policial a uma pena total de 31 anos de prisão.
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