Cerca de 150 pessoas, entre familiares e amigos, se despediram ontem do
pequeno Juan Rodrigues, no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo
Um bebê morreu, na
noite de segunda-feira, no Mutuá, em São Gonçalo, após ser atingido por um tiro
na cabeça. O pequeno Juan Rodrigues Morales Benites, de apenas um ano e dois
meses, foi baleado no banco traseiro do carro do pai, um Sandero vermelho.
De acordo com a
polícia, a criança estava acompanhada dos pais e da avó paterna no momento do
crime. Eles seguiam para buscar a irmã, de 14 anos, numa festa no mesmo bairro.
No entanto, ao passarem pela Rua Coronel Rodrigo de Carvalho, o pai de Juan
percebeu que ocupantes de um veículo pareciam seguir seu automóvel. Ao entrar
Rua Otávio Vilela, por volta das 22h30, ele ouviu um barulho de tiro. O menino
acabou atingido na cabela e foi levado para o Hospital das Clínicas de São
Gonçalo, no Centro, mas não resistiu ao ferimento. Agentes da Divisão de
Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo estão investigando o crime. A
perícia técnica indicou que o tiro perfurou o porta-malas do Sandero e atingiu
a cabeça do bebê. De acordo com o delegado Allan Duarte Lacerda, responsável
pelo caso, tudo indica que o tiro tenha sido disparado por ocupantes do carro
que passava pela mesma rua que a família.
“Já identificamos o
modelo do veículo que passava no momento do crime e sabemos que o disparo saiu
de ocupantes dele. Agora estamos tentando descobrir a placa do automóvel para
localizá-lo e achar seus ocupantes”, explicou o delegado.
Sepultamento -
Amigos e familiares deram o último adeus ao menino Juan, ontem à tarde, no
Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, São Gonçalo. Com semblantes estáticos e
lágrimas silenciosas, cerca de 150 pessoas comparecem ao enterro.
Muito abalado, o
pai da criança disse não ter condições de falar sobre o caso. Presente na
cerimônia, o presidente e fundador da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa,
acredita que a solução para diminuir a estatística de crimes como esse não pode
ser isolada, que deve haver uma análise sistêmica.
“Essa é a nona
criança que morre por bala perdida em 2016 no Rio de Janeiro e a gente não vê
uma indignação pública. O que vemos é a indiferença de uma sociedade que não
para as ruas e a incompetência de um poder público. É um problema que demanda
uma análise sistêmica e geral sobre as políticas públicas do Estado”, comentou.
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