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domingo, 28 de novembro de 2010

Traficantes da Rocinha estariam montando barricadas contra possível invasão da polícia





O Globo


RIO - O Setor de Inteligência da Secretaria de Segurança está investigando, juntamente com policiais militares do Serviço Reservado da PM (P2), as denúncias de moradores da Favela da Rocinha de que traficantes estariam fazendo barricadas e trincheiras, em pontos da favela, contra uma possível invasão da polícia na região.

O tráfico da Rocinha também estaria com bananas de dinamite, que foram roubadas ou desviadas de clientes da empresa Dinacon Indústria e Comércio, localizada em Estrela, Rio Grande do Sul.

Em entrevista coletiva domingo, o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, mandou um recado aos traficantes de áreas que ainda não foram ocupadas pela polícia:

- O estado do Rio de Janeiro tem (o setor de) Inteligência. E, se chegamos ao Alemão, vamos chegar à Rocinha, vamos chegar ao Vidigal e assim por diante...

Moradores denunciaram que um bom número de criminosos fugidos do Alemão e da Vila Cruzeiro já está na Rocinha. A Travessa do Valão, um dos principais acessos à comunidade, foi bloqueada por uma barricada de mais de um metro, feita com grades de ferro, galões de gasolina e blocos de cimento. Vários homens armados estão ocupando o Valão e a Via Apia. ]

Policiais da Inteligência estão há 4 dias na favela

Policiais da P2, disfarçados, estão há quatro dias na favela fazendo um levantamento. Atualmente, a SSP investiga de dois a três casos de desvios de dinamite de empresas e pedreiras. O clima na Rocinha foi tranquilo, e a Polícia Militar intensificou o patrulhamento na Avenida Niemeyer e em São Conrado. Sábado havia um clima de apreensão em torno da Rocinha porque o traficante Fábio Atanásio, o FB, estaria refugiado na região. Moradores negaram que o traficante da Penha esteja na Rocinha. Parte do comércio abriu as portas, principalmente nas ruas próximas à Autoestrada Lagoa-Barra.

Sábado, durante incursão na Vila Cruzeiro, na Penha, a Polícia Civil encontrou 32 bananas de dinamite, equivalente a 26 quilos. Segundo as investigações, o material seria usado em ataques a ônibus ou carros.

O setor de Inteligência já sabe que as dinamites achadas na Penha e em Madureira anteriormente foram fabricadas pela Dinacon Indústria e Comércio. Na quinta-feira, um gerente da empresa confirmou que o artefato pertencia à fábrica, mas que, provavelmente, tinha sido desviado ou roubado de algum cliente. No início da semana, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, negou que a polícia carioca estivesse procurando um caminhão roubado no último dia 10 com 600 quilos de dinamite, que seriam usados em atentados no Rio. Investigadores da SSP confirmaram, ontem, mais uma vez, que as apurações sobre a dinamite continuam.

- Durante a noite, já vimos homens armados fazendo buracos perto da Rua 2. O grupo parecia muito nervoso. Mais tarde denunciamos o caso ao Disque Denúncia. Estamos preocupados - disse uma moradora da favela, ontem, que ligou para o jornal denunciando a história.

Ela confirmou que traficantes orientaram a comunidade a comprar velas e fósforos, já que a iluminação da rua seria cortada em caso de invasão.
- Eles estão rápidos. Continuam cavando buracos e instalando barreiras para uma eventual invasão da polícia - concluiu a moradora.

Um morador também contou que, depois de um tempo sumido, o traficante Nem voltou à favela. Agora, como cabelos e barba crescidos e mais forte.

O chefe do Esquadrão Antibombas, inspetor João Valdemar, confirmou que o Setor de Inteligência da SSP está levantando a procedência das bananas de dinamite.

-- Estão fazendo um levantamento dos desvios de dinamite de pedreiras e das empresas fabricantes. A quantidade achada anteontem na Penha poderia destruir um prédio de dez andares. Os criminosos que colocaram a dinamite em Madureira não souberam fazer o detonador - explicou ele, que confirmou, ainda, que a numeração das bananas de dinamite está sendo analisada pelo SSP.

Milhares de quilos de explosivos roubados

As polícias carioca e paulista continuam apurando um assalto no dia 2 de setembro, quando cinco bandidos levaram, na Rodovia Fernão Dias, em São Paulo, um caminhão com 2.350 kg de explosivos. Oito dias depois, a Polícia Civil de São Paulo recuperou na capital paulista 1,5 tonelada de explosivos. As polícias paulista e carioca investigam também o roubo de uma carga de explosivo no dia 10 numa pedreira em Jundiaí. Outro caso ocorreu em Gravataí (RS), de onde foram levados 300 quilos de dinamite.

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