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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Novo comandante da PM em São Gonçalo quer integração com Civil





Tenente-coronel Cláudio Luiz tomou posse na sede do 7º BPM e afirmou que pretende chamar os delegados da área para definir estratégias de atuação. Confira aqui a entrevista

O tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira assumiu ontem o comando do 7º BPM (São Gonçalo) prometendo colocar em prática as técnicas que aprendeu no Batalhão de Operações Especiais (Bope) para combater os altos índices de violência naquele município.

O “caveira” contará com efetivo de cerca de 600 homens para patrulhar a cidade, que tem mais de 1 milhão de habitantes, e seu principal desafio será reduzir o número de homicídios na região, que colocou o quartel em penúltimo lugar no ranking do Estado. Mas para ele, essa não é uma tarefa exclusiva da PM, pois argumenta que o controle da violência passa pela investigação, que é atribuição da Polícia Civil. Por isso, pretende chamar os delegados da área para conversar e definir estratégias de atuação.
“Peço à população da cidade que acredite no trabalho da polícia. Vamos nos empenhar para conhecer as principais necessidades do município e atuar de forma estratégica”, declarou ontem, durante solenidade de troca de comando, que contou com a presença do coronel Paulo Mouzinho, chefe do 4º Comando de Policiamento de Área (CPA).

Cláudio Luiz deixou o posto de subcomandante administrativo do Hospital da Polícia Militar (HPM), em Niterói, que será ocupado pelo tenente-coronel Roberto Gil. Além do Bope, o novo comandante do Batalhão de São Gonçalo possui experiência operacional adquirida em passagens pelo Serviço de Inteligência (P2) dos batalhões do Estácio (1º), Rocha Miranda (9º) e Olaria (16º).

Despedida – Ao deixar o comando do 7º BPM, o tenente-coronel Roberto Gil deu a ententer que faltaram melhores condições de trabalho, mas evitou polemizar.

“Não quero deixar meu posto lembrando de algumas dificuldades que encontramos para o desempenho de nossas funções. Também não preciso lembrar dos índices conquistados, pois esses já são sentidos pela população que vive aqui. Nesse momento, quero destacar a modernização vivida pela corporação nos últimos anos e o novo modelo de gestão, baseado no ser humano”, declarou.

‘Meu lema aqui será trabalhar’

O FLUMINENSE – Quais são suas expectativas à frente do 7º BPM?
Cláudio Oliveira – “Quando a gente chega e encontra um trabalho sendo bem executado, a responsabilidade aumenta. Tenho 25 anos de polícia, mas esse é meu primeiro comando, apesar de ter atuado em setores operacionais em todas as unidades de ponta da capital. Meu lema aqui será trabalhar, trabalhar e trabalhar”.

O FLU – De que maneira a sua experiência operacional pode contribuir para sua atuação no 7º BPM?

Cláudio Oliveira – “O Bope me proporcionou muitas técnicas e eu pretendo usar esse aprendizado no Batalhão. Também aprendi a trabalhar de forma estratégica, conhecendo as manchas criminais da área de atuação”.

O FLU – O Batalhão conta com cerca de 600 homens para atender a uma população de mais de 1 milhão de habitantes. Recentemente, o comandante-geral da PM prometeu aumento de efetivo para São Gonçalo, ainda este mês. Quantos recrutas devem ser deslocados para o batalhão?

Cláudio Oliveira – “Ainda não recebemos o número correto, mas o Comando-Geral já se comprometeu com a população de São Gonçalo. Sabemos da necessidade do Batalhão. A defasagem de policiais é um problema que perdura há muitos anos e isso tem sido revertido de forma gradativa. Assim que recebermos esses novos soldados, vamos distribuir pelas áreas de maior necessidade. Mas é importante frisar que o que importa não é a quantidade, mas sim a técnina desses profissionais. Por isso, vamos investir em treinamento e preparo”.

O FLU – O índice de homicídios colocou o 7º BPM em penúltimo lugar no ranking do Estado. Como a Polícia Militar pode minimizar esse problema?

Cláudio Oliveira – “Esse não é um problema exclusivo da Polícia Militar. O índice de homicídios é sempre muito complexo. Precisamos trabalhar em conjunto com a Polícia Civil, responsável pelas investigações. A integração é o modelo do futuro. Faremos reuniões periódicas com delegados da região para discutir esse impasse e melhorar nossa atuação”.

O FLU – Como será o relacionamento da corporação com a população de São Gonçalo?

Cláudio Oliveira – “Eu pretendo aumentar o diálogo com os cidadãos dessa cidade. Para isso, vamos ouvir os conselhos comunitários e as associações de moradores, a fim de acompanhar as demandas do município. Manteremos a prática de realizar cafés da manhã com esses representantes”.

O FLU – Como avalia o projeto do governador Sérgio Cabral, de implantar duas UPPs nos bairros de Jardim Catarina e Salgueiro?

Cláudio Oliveira – “Toda ajuda é bem-vinda. A eficiência da UPP já foi comprovada em alguns pontos da capital e acho que as unidades podem transformar o modo de vida de muitos moradores de comunidades dominadas pela violência. A ocupação territorial é de grande valia, porque evita o retorno de criminosos”.

O FLUMINENSE
Fernanda Pereira

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