Enviado por: Samuel Castro 04/11/2016 às 08:30h
Foto:
Por Thuany Dossares
Comércios fechados
e transporte público prejudicado. Essa foi a realidade vivida ontem pelos
moradores do Mutuapira, em São Gonçalo. O motivo foi o luto forçado imposto
pelos traficantes da Favela do Couro Come, em represália à morte de Marcelo
Fontenele dos Santos, de 24 anos, durante confronto com policiais do 7ºBPM (São
Gonçalo), na manhã de quarta-feira.
Comerciantes
contaram que criminosos, divididos em um carro e uma moto, os obrigaram a
baixar as portas dos estabelecimentos da Avenida Dezoito do Forte e Rua Paula
Lemos, principais vias do bairro.
“A gente não pode
fazer nada. Eles vêm, mandam fechar e temos que obedecer. Ontem fizeram a mesma
coisa, passaram dizendo que tínhamos que parar de funcionar. Vamos
desobedecer?”, indignou-se um comerciante, que preferiu não se identificar.
Além das lojas, os
traficantes do Couro Come também alteraram a rotina dos passageiros dos ônibus
que fazem as linhas 516 (Mutuapira x Niterói) e 404 (Trindade x Niterói). Os
coletivos, que costumam passar por ruas do interior da comunidade, foram
impedidos de seguir seu trajeto normal e ficaram limitados a trafegar apenas
pela Avenida 18 do Forte.
“Eles não pensam
nos moradores que têm que vir andando até a rua principal para poder pegar o
ônibus. Tem idosos, mães com bebês de colo, a gente sente pena, mas não pode
fazer nada. Estamos revoltados, mas também ficamos de mãos atadas”, reclamou um
morador, que também optou pelo anonimato.
Para comunicar aos
passageiros sobre a interferência criminosa no itinerário das linhas, a empresa
de ônibus colou cartaz no terminal rodoviário de Niterói: “Atenção, por motivo
de força maior não estamos passando no Pira”.
O comandante do
7ºBPM, coronel Samir Vaz, informou que o policiamento na comunidade foi
reforçado. “Vamos permanecer na região para garantir a segurança de todos”,
garantiu o oficial.
Investigações- Agentes da 72ªDP
(Mutuá) apuram se a ordem para o fechamento do comércio e o desvio do trajeto
dos ônibus partiu do líder do tráfico de drogas do Couro Come, Cláudio Vilaça
Barbosa, o Claudinho Broa, de 31 anos, que
está preso.
O delegado Mário
Lamblet contou que a 72ªDP (Mutuá) já possui um inquérito para investigar o
tráfico na localidade. “Já temos uma investigação em andamento sobre o Couro
Come. Temos, inclusive, algumas pessoas identificadas. O trabalho está bem
encaminhado”, assegurou Lamblet.
Recordando- Marcelo morreu
após ser baleado durante troca de tiros entre PMs e traficantes, na manhã de
quarta-feira. Na ação, um adolescente, de 13 anos, também acabou baleado e
encaminhado para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê, onde
permanece internado sob custódia. Segundo a polícia a dupla estava com pistola,
revólver e drogas.
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